Contra fatos há argumentos no futebol. Mas alguns números ajudam a entender o que nem sempre os nomes explicam.
O Footstats dá dados que ajudam a compreender a queda de produção técnica no returno corintiano. E passa muito pelas escolhas da comissão técnica. Pela limitação em qualidade e quantidade do elenco, Carille optou por repetir mais vezes os 11 titulares. Apostou em no máximo mais três “titulares de segundo tempo”. Resultado: é o time que menos jogadores escalou (26, seis a menos que o Palmeiras, que também usa menos gente que a média do campeonato, que é de 34 atletas). Por tabela, a base está mais fisicamente desgastada. Tem nove atletas corintianos que já jogaram mais de 2 mil minutos no BR-17 (o Palmeiras, apenas dois). Nenhuma equipe tem tão pouca gente usada.
Um dos resultados desse desgaste se vê nos segundos tempos alvinegros. É o segundo time que mais sofreu gols na segunda etapa. E acaba sofrendo mais do que deveria para superar as adversidades. O histórico “time da virada” não virou um jogo em que levou o primeiro gol: foram seis derrotas e apenas três rivais. Apenas 11% de aproveitamento.
Em compensação, a boa notícia para eles é que, em Itaquera, o Corinthians abriu o placar 11 vezes: ganhou 9, empatou duas. Mesmo fora, quando fez 1 a 0, ganhou os oito jogos. Tem aproveitamento excelente de 94% dos pontos conquistados quando consegue a primeira vantagem.
Soma daqui e tira dali, a estratégia palmeirense parece clara: começar na Arena Corinthians com o espírito do Porco Louco de 2016. Jogar para abrir o placar para manter o fogo, o foco, e a estatística.
Se fizer primeiro, o Palmeiras, pelo que aconteceu até agora, e tem acontecido demais nos últimos jogos, tem maiores chances de vitória. O Corinthians só conseguiu 11% de aproveitamento saindo atrás.
Fazer primeiro. E não levar. É óbvio. Mas tem sido ululante no BR-17 deles.