A imagem do SporTV no gol de Keno, aos 29 minutos do segundo tempo na Ressacada (que não se perca pelo nome), é a imagem do jogo digno de segunda-feira à noite. Fora de foco. Chocho. Murcho. Como foi o primeiro tempo em Floripa – um chute no travessão de Tchê Tchê, um pênalti juvenil de mão na bola que poderia ter sido marcado de Thiago Santos (discutível bolada no braço, por ele ter furado a cabeçada).
A segunda etapa se arrastava igual até o lado esquerdo da zaga do Palmeiras dar espaço pela milésima vez em 2017, Prass errar o bote, derrubar o adversário, e Marquinhos converter o pênalti, aos 12. E tinha menos na promoção de Black Friday antecipado: parafuso em ação parte 17; mais quatro minutos e um bote errado de Michel Bastos com a linha de zaga alta deu em outro atacante à frente de Prass. O goleiro não conseguiu fechar o ângulo e levou o segundo, de Lourenço.
Em menos de quatro minutos, 2 a 0 Avaí, que desde agosto não ganhava uma em casa. O 4-3-3 que não fluía com Moisés acertando passes bonitos e não mais que isso passou a ter ele e Tchê Tchê como volantes, Keno amuado pela direita, Willian sem ritmo pela esquerda, Borja insistindo em sair da área para fazer o que não sabe, e Dudu com o meu apetite em pizzaria depois de um mês de regime. O repaginado 4-2-3-1 também não rolou. Dudu, mesmo fominha, criou algo. Boas fintas, algumas boas inversões, e muito individualismo. Mas foi num dos landas do capitão que Keno diminuiu de cabeça, depois de rebote do goleiro Kozlinski em tiro da entrada da área de Dudu.
A cera avaiana parou depois o jogo que o Palmeiras não soube ganhar. Pouco criou. Ainda mandou mais uma bola na trave com Willian, chegou em tiros longos e bolas paradas, mas nunca deu noção de que faria algo melhor e maior. Por falta de foco e de fogo. Por falta de ambição que por vezes se mistura com presunção. A impressão que passa é que parece que o time acha que vai fazer o gol e o jogo a hora que quer. E não faz nem um e nem outro. Faz nenhum.
Segue em terceiro. A um ponto do Grêmio que só pensa em Libertadores. E a gente pensa no que erramos tanto em 2017.