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Geraldo Scotto só não jogou mais vezes pelo Brasil por haver Nilton Santos na lateral esquerda da Seleção bicampeã mundial. Só não foi reserva da Enciclopédia na conquista do bicampeonato mundial em 1962 por estar lesionado. Só não foi ainda melhor por encerrar prematuramente uma carreira eterna no Palmeiras.
Nascido em 11 de setembro de 1934, em São Paulo, Geraldo Scotto começou a carreira no XV de Piracicaba (1951 a 1954). Rápidas passagens por São Paulo, Santos e Nacional até em 1958 chegar ao Palmeiras e se tornar um dos grandes ídolos do clube. Para muitos, o melhor lateral-esquerdo em 103 anos.
Um dos primeiros laterais a cadenciar a defesa e o ataque na mesma partida. Mas a proteção à zaga era realmente o diferencial. Geraldo não costumava ser João de Mané. Ele foi um dos melhores e mais leais marcadores de Garrincha. O segredo: nunca tirar os olhos da bola. Marcou o “anjo” das pernas tortas e tantos outros ao longo da carreira, como Dorval, Joel e grandes pontas do período mágico do futebol brasileiro. Foi tão brilhante nesse papel que ganhou o apelido de “Carrapato”. Chato. Porém leal. Não sugava sangue dos outros. Dava o próprio.
O lateral vestiu a camisa da Seleção Brasileira em seis oportunidades. No começo da década de 1960, Scotto vivia seu auge. A fratura na perna esquerda o impediu de estar presente na lista para a Copa de 1962. Após o Mundial, a diretoria palmeirense lhe concedeu uma medalha e um diploma:
“A Geraldo Scotto, digno campeão mundial de 1962, o reconhecimento da S. E. Palmeiras”.
Não esteve no Chile. Acabou não fazendo falta. Jamais reclamou da infelicidade que o sacou da história das Copas, mas deu ainda mais brilho ao que fez pelo Palmeiras. Quando se recuperou, passou a alternar a titularidade com Ferrari, contratado do Guarani, que de ponta-esquerda virou ótimo titular da Primeira Academia. Em 1966, Geraldo foi emprestado para Ponte Preta, mas retornou no ano seguinte, marcado pela sua última temporada vestindo a camisa alviverde.
Estreou pelo Palmeiras no dia 29 de maio de 1958, numa vitória por 2 a 1 contra o Nacional. E se despediu do clube em 17 de dezembro de 1967, em uma vitória também por 2 a 1 contra o Juventus. Foram justamente os dois times onde o lateral jogou em 1968, após encerrar sua passagem no Palmeiras.
Geraldo Scotto morreu em 27 de julho de 2011, aos 76 anos, vítima de uma parada cardíaca de quem se se entregou de corpo e alma ao Palmeiras.
Geraldo Scotto
São Paulo, 11/9/1934
São Paulo, 27/7/2011
Lateral-esquerdo
Palmeiras, de 1958 a 1967
325 jogos, 3 gols
2 Brasileiros (1960 e 1967)
1 Rio-São Paulo (1965)
3 Paulistas (1959, 1963, 1966)