No dia 07 de setembro de 1965, o Palmeiras foi convidado pela CBD (atual CBF) para representar o Brasil contra o Uruguai, na estreia do Mineirão, pois a Academia palmeirense jogava o melhor futebol do país.
Na década de 60, o Brasil estava repleto de grandes equipes, como o Santos de Pelé e o Botafogo de Garrincha. Em meio a times de qualidade inquestionável, o Palmeiras, liderado por Ademir da Guia, se destacou, ganhando o apelido de Academia, devido à enorme qualidade do futebol apresentado pelos seus jogadores.
Na década em questão, o Verdão foi um dos times mais vitoriosos do país, sendo campeão do Campeonato Paulista duas vezes (1963 e 1966), do Torneio Rio-São Paulo (1965) e do Campeonato Brasileiro (Taça Brasil e Torneio Roberto Gomes Pedrosa) em quatro ocasiões (1960, 1967, 1967,1969).
Um dos maiores feitos dessa equipe, porém, foi representar a Seleção Brasileira na estreia do Mineirão. Mesmo sem o título brasileiro em 1965, que foi conquistado pelo Santos, o Alviverde foi considerado o grande time do futebol nacional e, por isso, foi o escolhido.
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A partida histórica foi contra o Uruguai. A seleção celeste era uma das mais poderosas do cenário sul-americano, conquistando a sua vaga para a Copa do Mundo de 1966 de maneira invicta. Além disso, os uruguaios contavam com jogadores de qualidade ímpar, como o lateral Cincunegui, um dos grandes ídolos da história do Atlético Mineiro.
Os jogadores da Academia, mesmo enfrentando uma poderosa equipe, não sentiram a pressão e deixaram evidente o porquê de serem escolhidos pela CBD. Venceram por 3 a 0, com gols marcados por Rinaldo, Tupãzinho e Germano.
O elenco palmeirense era composto por: Valdir de Moraes (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Valdemar (Procópio); Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera), Ademir da Guia e Rinaldo (Dario).
Há cinco anos, no aniversário de 50 anos deste evento especial, Ademir da Guia, o Divino, falou ao site do Palmeiras sobre essa partida histórica:
“Até hoje fico pensando naquele jogo. Foi uma homenagem feita pela CBD ao nosso grande time, a Academia do Palmeiras. Os mais jovens precisam sempre saber disso e ter orgulho desse jogo. O Palmeiras um dia foi Brasil, e isso ninguém mais vai apagar”
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O goleiro Valdir Joaquim de Moraes também comentou sobre o jogo para o site do Verdão:
“Foi algo mágico, imensurável na época e nos dias atuais. Foi o dia em que um clube de futebol representou toda uma nação. Não sei se vai existir uma homenagem desse tipo algum dia. É algo que até hoje sou lembrado e que o Palmeiras vai carregar para o resto de sua vida”
Dario, ponta reserva e autor de um gol na goleada em cima do Botafogo que deu ao Palmeiras o título do Rio-São Paulo de 1965, foi outro que falou sobre a partida ao site do Palmeiras:
“Foi uma satisfação imensa, um sonho que realizei graças a este clube que mora no meu coração. O Palmeiras me deu trabalho, comida, a chance de melhorar a vida da minha família e a honra de jogar pela Seleção. Aliás, pouca gente sabe que era para eu ter iniciado a partida contra o Uruguai. Só não fui titular porque o Júlio Botelho, que era uma bandeira do clube e do futebol nacional, tinha acabado de voltar ao Palmeiras para encerrar a carreira. Mas entrei no segundo tempo e dei a minha contribuição.”
A vitória da Academia resultou em mais uma taça ao Palmeiras, mas esta ficou na sede da CBD (atual CBF) até 1988, quando foi acordado que ela deveria ser guardada pelo Palmeiras.
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