Ídolo e multicampeão pelo Palmeiras, Evair é um dos principais personagens da história do Verdão, entre outras coisas, por ser o autor do gol decisivo do título do Campeonato Paulista de 1993, conquista que acabou com o jejum alviverde de 16 anos sem levantar um troféu. O ex-atacante relembrou, na última quinta-feira (24), o momento que ficou marcado como Dia da Paixão Palmeirense, ao programa “Entrelinhas”, do Prayers Tribune Brasil.
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– Aquele time de 93 era muito bom. Chegou um lateral-esquerdo muito bom, um goleiro muito bom, a zaga era muito consistente, lateral-direito bom, o nosso meio-campo e ataque também eram de muita qualidade. Começamos a perceber isso, principalmente, quando Edilson e Edmundo foram contratados, a partir disso vimos que tinha algo de diferente naquele grupo e que tínhamos condições de buscar o título. No segundo jogo da final, tínhamos toda a percepção que seriamos campeões – revelou Evair.
O ídolo alviverde falou sobre os momentos anteriores ao título estadual que deu fim ao jejum de 16 anos sem conquistas e relembrou o período difícil que passou na chegada ao clube em 1992, quando ainda passava desconfiança para torcedores e imprensa por conta de um problema nas costas e, também, sobre quando acabou sendo afastado pelo então técnico Nelsinho Baptista por “deficiência técnica”.
– Era um ambiente de desconfiança, mas, principalmente, de muita cobrança pela falta de títulos. Parecia que os jogadores que estavam no clube queriam apenas se salvar. Ninguém pensava em jogar bem. Em 1992, eu fui afastado após uma derrota. O motivo? “Deficiência técnica”, eles alegaram. Tirei a farda que tinha vestido pro treino, coloquei meus pertences dentro de um saco de lixo e voltei para o meu apartamento. De lá em diante vieram dias tenebrosos. – disse o ex-camisa nove.
Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, Evair se transformou em uma das principais peças do time que, posteriormente, seria bicampeão Paulista (1993 e 1994) e bicampeão Brasileiro (1993 e 1994). Ao lado de nomes como Roberto Carlos, Rivaldo, Edmundo, Mazinho, César Sampaio, entre outros, o Palestra abriu o caminho de uma das mais vitoriosas eras da história do clube batendo o rival Corinthians por 4 a 0 na partida de volta da decisão do Paulistão de 1993.
– Quando o juiz apita a penalidade em cima do Edmundo, na prorrogação, me vem um misto de emoções. Todos os caminhos que percorri para chegar até ali se cruzam na marca do pênalti. Nós tínhamos um ritual no Palmeiras. Toda vez que eu ia bater pênalti, o César Sampaio se aproximava e dizia no meu ouvido: “Vai em nome de Jesus”. Mas, enquanto eu caminho de costas, percebo que o Sampaio não chega. Olho para trás uma, duas, três vezes… “É, hoje ele não vem”, pensei. Na hora que dou o último passo, já fora da meia-lua, ele finalmente aparece e diz essas palavrinhas tão simples, mas com o poder de mudar tudo. O peso que carregava em minhas costas desmorona. Me sinto tão leve que, ao correr pra bola, tenho a impressão de não tocar mais o chão. Flutuo pelo gramado, como quem caminha sobre as nuvens, até deslocar o goleiro e correr pro abraço – finalizou.
Em 245 oportunidades vestindo a camisa do Palmeiras, Evair balançou as redes 126 vezes e foi decisivo nas conquistas do Campeonato Paulista de 1993 e 1994, Torneio Rio-São Paulo em 1993, Campeonato Brasileiro em 1993 e 1994 e Copa Libertadores da América em 1999.
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