Foi num 3 de setembro que eu vi pela primeira vez o Palmeiras ser campeão. 1972. Pela TV em preto e branco o Verdão empatou com o São Paulo no Pacaembu e celebrei meu primeiro título paulista. Invicto. Com a Segunda Academia.
Foi num 3 de setembro que eu vi pela primeira vez o Palmeiras não ser campeão de um campeonato que já estava vencido. 1986. Perdeu para a Inter de Limeira no Morumbi. E eu perdi o chão. Como o goleiro Martorelli. O último a deixar o vestiário. Direto para a maternidade para ver o filho nascer. A mãe se enervara com a decisão. O garoto nasceu antes.
Foi às 14h04 de um 3 de setembro que meu Luca mudou todos os 3 se setembro. 1998. O Palmeiras voltara a ser Palmeiras. Era o campeão da Copa do Brasil. Seria o campeão da Mercosul. Ganharia a Libertadores de 1999 nove meses depois.
Quando o meu Luca foi acordado de madrugada pelo pai alucinado, ganhou um beijo na testa, e uma faixa de campeão da América maior do que ele no berço.
Em 2008 o Luca estava no Palestra campeão paulista no camarote abaixo da minha cabine. Celebrando cada um dos cinco gols com o sorriso que só ele e o Gabriel têm. Que só este Babbo babão conhece.
Em 2012 os irmãos saíram com o pai de madrugada para celebrar a Copa do Brasil pela gelada São Paulo. Mal dormiram e desde 8 da manhã estavam na Academia, esperando a delegação chegar para a festa no gramado que o pai apresentou. Anunciando cada campeão como se fosse um filho.
Porque só o futebol faz de cada palmeirense um filho. Como viramos criança celebrando na madrugada a Copa de 2015, até o sol nascer depois da festa com espumante na Paulista, e o brinde no Tônico. Como viramos outra noite no Trio Elétrico por 2016, em outra festa de título que apresentei com meus filhos, minha mulher, e a Nonna.
Vão brincar que, como o pai, o Luca nasceu dia primeiro de setembro e só foi registrado depois. Só para não…
Mas quem conhece o avô que tem frase no nosso estádio.
Mas quem conhece o pai das duas alegrias da foto.
E quem conhece o amor dos nossos do Nonno, sabe que a nossa vida é você, Palmeiras.
Mas eu sei ainda mais que as três coisas que amo antes de eu nascer são os meus filhos e o nosso Palmeiras.
Não digo “parabéns”, Luca. Apenas obrigado.
Seus 19 anos e os futuros 16 do Gabriel são os anos que abençoam os meus 51.
Felizes 19 anos, Luca.
O seu pai te ama cada dia mais. Mesmo que nem toda noite eu possa te beijar a testa e colocar uma faixa de campeão sobre a cama.
Mas toda noite e todo o dia eu estou com você. Dando o beijo à distância que o Nonno me ensina a cada noite a dar.
Te amo.