(Foto: Thiago Ferri/Lance!)
Chegou com o status de quem trazia taça. Essencialmente vitoriso, experimentado em glória, o polivalente é mais que alguém de duas posições dentro de campo. Carrega a imaterial mentalidade campeã que tanto faz diferença em um grupo de atletas cuja missão era desfazer um jejum. Encarar uma camisa oito vezes número um é como o primeiro time da vida. Díficil, penoso, intenso e muito tenso. Ao menos para quem não tem o currículo de um Jean.
Nem sempre tão brilhante quanto eficaz, foi dos capitões morais na jornada daquele 2016. Bateu a falta que caiu na cabeça colombiana de Mina para empatar um importantíssimo Palmeiras e São Paulo. Batia pro gol, também, como naquela falta ensaida diante do Figueirense. Batia o penâlti no Continente para consumar seu dia de artilheiro na Ilha da Magia. Batia da marca da cal contra o antigo rival carioca. Batia na porta de uma história.
Agora, se reaproxima desse momento e confessa a importância de uma possível, ainda que duríssima e incerta, conquista:
" Se vier, será muito especial (o título) por tudo que passei. Foi o ano mais difícil da minha carreira. Será mais do que especial. Não consigo achar a palavra para expressar esse possível título. Temos um longo caminho ainda a percorrer para conquistar, mas, concretizando, será mais do que especial para a minha vida e para a minha carreira"
O ano de 2017 foi como o time: sofrido. Com dores. Com problemas a serem arrumados. 2018 e a decisão de operar a cartilagem desgastada que tanto incomodou. Um semestre longe dos gramados. Um retorno improvável, uma meta dura, uma quase desistência, uma aventura típica de um voluntarioso por essência:
"É difícil pensar que é uma cirurgia, uma dificuldade, no momento me passaram que era algo grave. Cheguei para a minha esposa e falei para começarmos a preparar o futuro e nos organizar, porque seria bem complicado voltar. Mas foi uma vitória muito importante, eu me sinto bem melhor do que muitos momentos antes. Tenho muito a agradecer pelo clube, é uma cirurgia muito complicada, não foi fácil. mas estou fisicamente e mentalmente cada vez melhor."
Diante do Santos, após mais uma pequena contusão, retornou com grande jogada para o gol de Dudu. Com chuva, com muita correria, a exaustão física de algúem que diz não deixar o gramado antes de se sentir plenamente esgotado, mas satisfeito por estar cumprindo a meta.
"Neste ano tinha uma meta de 35 a 40 jogos, e conseguimos. Estive pronto para jogar em 40 jogos, joguei e participei de (mais de) 20. Devido a essa cirurgia que é inédita no Brasil e tudo, realmente é muito difícil para mim."
Difícil para a torcida não ter por perto alguém tão relevante, tão significativo em grupos vencedores. Diante do Galo, domingo e em mais cinco oportunidades, a reta final em busca de mais uma conquista na carreira desse cara que tem no jeito campeão de ser, muito do que é o Palmeiras.