JG Falcade: 'Sobre Patrick de Paula, oportunidades, maturidade e brevidades no mundo do futebol'

Patrick de Paula surgiu como um furacão, uma história linda que foi descoberta em um lugar que não é exatamente um espaço de grande esperança para os que lá estão. Ele foi um ponto fora da curva.

No Palmeiras, atropelou todos os processos e já encantou a todos pela capacidade técnica, física e pelo carisma. Além de ser um ‘desobediente’ por natureza, que aprendeu a (sobre)viver no futebol. Em poucos meses, era profissional, autor de um gol lendário e xodó da torcida.

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Quem, no lugar desse moleque, seria maduro o suficiente para lidar com uma mudança extremamente brusca em sua realidade? Da Taça das favelas para ‘O cara do gol do título do Maior Campeão do Brasil’. Ele viu a vida virar do avesso – pro bem.

Nós, abusando da brevidade no futebol, traçamos análises, padrões e exigências dignas de um experiente, um cara preparado para tudo. PK foi preparado para sobreviver, não para ser o ídolo do Palmeiras. Ele teria de aprender a lidar com tudo, com os acessos que nunca teve, por exemplo.

Normal, gente. A oscilação em campo, por imaturidade técnica e tática, a oscilação na vida por imaturidade, veja só, da idade. Eu não o culpo pelos deslizes, de ir pra festa quando não podia, de entrar de brinco no jogo, de errar. Ele é um humano tentando se adaptar a tudo.

Abel, por sua vez, é um workaholic que cuida de pessoas, mas não abre mão da excelência, essa que Patrick não deu conta de atingir. Abel tem direito de não contar com ele, como ele tem direito a recomeçar em outro clube, perto de sua casa, que não será mais humilde como outrora.