Venha ou não venha Ricardo Goulart, jogue no comando de ataque Borja (que jogou muito na estreia em 2018) ou Willian (que tem jogado bastante desde 2017), Roger Machado tem um titular absoluto ao lado dele no banco de reservas para o segundo tempo.
O melhor custo-benefício da temporada passada.
O Keno que a gente acha que vai perder todos os dribles que ele normalmente ganha. O cara que você acha que aquela bola sinuosa que ele manda não vai entrar e essa pelota entra mesmo assim – ou bate na trave como no lance do terceiro gol contra o Santo André. O ponta-ponta que depois lutou no mesmo lance perdido de primeira e combinou legal com Lucas Lima para fazer um gol de categoria. Mais um.
E mesmo assim a gente teima em achar que ele não é tudo isso. Insiste em dizer que ele não é jogador para ser titular. Ou só de segundo tempo. Ou nem banco. Ou nem mesmo para um Palmeiras desse tamanho. Ou muito melhor: um Palmeiras do tamanho do Palmeiras.
Keno não é titular no meu Palmeiras ideal com Scarpa, Lucas Lima e Dudu, Borja ou Willian na área.
Mas ele é cada vez mais um cara admirável. Um Barbosa de 1985 que entrava na ponta-direita durante os jogos marcando gols. Um atacante como o centroavante Fedato que vestia a 14 e substituía César ou Edu Bala também fazendo gols pela Segunda Academia. Como Escurinho no final dos anos 70. Cristaldo, entre 2014-16.
Keno não é só talismã. Tem talento para a coisa – como os citados. Tem o seu carisma. E foi o melhor jogador do Palmeiras na curta e boa passagem final de Alberto Valentim, no ano passado.
Só não é titular pela sobra de opções para Roger. Só não pode ser ainda desprezado como alternativa muito interessante.
E só nós não podemos mais uma vez minimizar quem pode como ele.
Um belo exemplo de montagem de elenco. De desmontagem rival. De superação de expectativa.