O ultrapassado Luxemburgo ultrapassou Lula como o treinador mais vezes campeão paulista. Também porque aproveitou quem ee baixo e de dentro para levar mais uma vez o Palmeiras pra cima.
Patrick de Paula encheu o pé no ângulo de Cássio no último chute do SP-20. O gol do 23o. paulista palmeirense. Cem anos depois do primeiro título paulista do clube, em 1920. Quando então impediu o penta inédito no futebol estadual do então maior rival – Paulistano. Cem anos antes de impedir o primeiro tetra paulista do maior rival desde então – Corinthians.
Patrick que nasceu no Rio de Janeiro, três meses depois da conquista da América, em 1999. De Paula que foi descoberto na Copa das Favelas. Chegou ao clube no ano do enea brasileiro, depois de 22 anos sem títulos, em 2016. Subiu e foi essencial na conquista do SP-20 depois de 11 anos sem títulos em 2020.
De Paulo, Patrick, e Menino, Gabriel, foram os moleques que muitos marmanjos não vinham sendo no Palmeiras. Assumiram e bronca e a birra justa da torcida e fizeram o time melhor em quase todo o jogo decisivo do pior Paulista de todos os tempos – independente da pandemia.
O Corinthians, mesmo sendo Corinthians, o então tricampeão, não tinha a menor ideia de como tinha chegado tão longe jogando tão pouco. Quando levou o gol de Luiz Adriano na bonita cabeçada depois de cruzamento de Viña, aos 3 minutos, já se dava por satisfeito. Quase mais nada faria até ganhar um pênalti infantil de Gómez, aos 51, no imenso Jô.
Artilheiro que bateu no canto que Weverton (ex-Corinthians) quase defendeu.
1 a 1.
Nunca na história dos pênaltis uma equipe chegou tão na lua como o Corinthians para repetir a proeza de 2018 no mesmo Allianz Parque. Nunca um dono da casa, mesmo com mais time, elenco e até vontade e disposição para impedir o tetra alheio, chegou tão por baixo para os pênaltis.
Mas Weverton fez a primeira defesa. Cássio respondeu como sempre defendendo. Só que o Palmeiras não errou mais – ou a boa passava por Cássio que levara até então o Corinthians a mais uma decisão. Weverton defenderia mais um. Cássio tomou um gol sofrível e sofrido de Scarpa. Até o último pênalti de Patrick de Paula. Como se fosse um misto de Evair em 1993 e pra sempre, com a força de um César Sampaio em 1993, o menino jogou no ângulo do gigante Cássio.
Quase que virando uma final que parecia perdida.
Já virando história tão linda que até parece futebol.
Já se inscrevendo na história do Palmeiras que só foi ter um negro para valer em seu elenco com o grande Og Moreira. Da mesma origem carioca, posição em campo e disposição de luta e de bola de Patrick. Og vencedor em 1942 no dia em que o Palestra morreu líder e o Palmeiras nasceu campeão na Arrancada Heroica. Quando ele sofreu o pênalti que acabaria com o jogo que o São Paulo não deixou continuar. Como Patrick acabou com o medo verde desde o pênalti juvenil do grande Gómez. Resolvido pelo moleque que joga como se fosse o próprio Nonno.
La Favela è qui!
Patrick de Paulo é Palmeiras.
Campeão paulista de 2020.
Paulistão sempre.
Ganhando ou perdendo.