Em alta, Vanderlei Luxemburgo vai enfrentar o pressionado Renato Gaúcho, às 16h do próximo domingo (20), no duelo entre Grêmio e Palmeiras. O técnico palmeirense está prestigiado após os triunfos no Dérbi da semana passada e no jogo na altitude de La Paz contra o Bolívar, enquanto o gremista viu seu time vencer apenas uma das últimas seis partidas e está ameaçado no cargo.
No entanto, apesar de viverem momentos totalmente diferentes, há alguns paralelos interessantes nas trajetórias de ambos em seus atuais clubes.
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Mesmo tendo sido um grande ídolo do Grêmio enquanto jogador, Renato Gaúcho foi contratado em setembro de 2016 sob certa desconfiança da torcida. Afinal, não era para menos: seria a terceira passagem do treinado pelo clube em menos de dez anos (as outras foram em 2010 e 2013), sendo que, até então, nenhuma tinha gerado títulos. Inclusive, sua única conquista como comandante havia acontecido em 2007, cerca de dez anos antes.
Pois bem: desta vez, tudo mudou. O Tricolor, que não vencia um título nacional há 15 anos, foi campeão da Copa do Brasil três meses depois da chegada de Renato. No ano seguinte, em 2017, o técnico-ídolo comandou a equipe rumo à taça da Libertadores da América, o torneio mais cobiçado do continente.
O Grêmio, então, virou modelo no Brasil, apresentando um ‘jogo vistoso’ e utilizando jovens das categorias de base, como Arthur, Luan, Everton Cebolinha, entre outros. Por mais que o trabalho atualmente esteja desgastado, os feitos foram históricos. Sem contar que ficar por quatro anos no cargo é algo quase impossível na realidade brasileira.
Luxemburgo, por sua vez, quando chegou ao Verdão em dezembro de 2019, também estava longe de ser unanimidade entre os torcedores. Assim como seu colega do Sul, o ‘pofexô’ não carregava um retrospecto recente favorável: não vencia títulos de expressão há mais de uma década.
Contudo, também contava com o fator ‘idolatria’ pelo fato de ter sido multi-campeão pelo Palmeiras na década de 90, algo que lhe garantiria um voto de confiança a mais dos torcedores nostálgicos.
O sucesso de Renato no Grêmio, inclusive, poderia servir como inspiração para Luxa e a diretoria do Palmeiras. Aquele “vai que dá certo aqui como deu lá?” De início, a ideia também era apresentar um ‘futebol vistoso’ e utilizar mais as categorias de base, algo que já estava planejado ainda com Mano Menezes no cargo.
Hoje, o desempenho do time é colocado em segundo plano em detrimento dos resultados que, inegavelmente, são apresentados semana após semana: os únicos torneios a serem disputados pelo Alviverde em 2020 foram vencidos (Florida Cup – amistoso – e um Paulistão em cima do maior rival – título que não era vencido há 12 anos).
Além disso, há o sucesso em clássicos no Brasileirão (2×1 contra o Santos, em casa, e 2×0 contra o Corinthians, na Neo Química Arena) e na Libertadores, na qual o Verdão está com 100% de aproveitamento, com três vitórias em três jogos na fase de grupos.
Se o tema ‘desempenho x resultado’ ainda gera qualquer debate no Palmeiras, no fator ‘uso da base’ não há muita discussão: em dez rodadas do Brasileirão de 2020, já foram utilizados seis atletas formados na Academia de Futebol (Gabriel Menino, Patrick de Paula, Danilo, Gabriel Veron, Wesley e Gabriel Silva). A efeito de comparação, no Brasileirão de 2019, apenas Veron foi utilizado entre os jovens sub-23 da base alviverde.
É impossível prever se Luxemburgo terá, no atual Palmeiras, o tamanho do sucesso que Renato conquistou no Grêmio de 2016 para cá. Entretanto, os paralelos estão aí e a intenção, mesmo que inconscientemente, é repetir o caminho.
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