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Mattos revela porque aceitou convite de Nobre em momento difícil do Palmeiras

O ex-diretor de futebol do Verdão alegou que o "coração palmeirense" de Paulo Nobre foi crucial para o convencer a assumir o cargo

Reestruturação com Alexandre Mattos: Bicampeão com o Cruzeiro, o diretor de futebol chegou com carta branca e passou a contratar vários atletas para a montagem do elenco em 2015. (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)
Reestruturação com Alexandre Mattos: Bicampeão com o Cruzeiro, o diretor de futebol chegou com carta branca e passou a contratar vários atletas para a montagem do elenco em 2015. (Foto: Cesar Greco/Fotoarena)

O ex-diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, concedeu entrevista ao NOSSO PALESTRA e a outras mídias palmeirenses em live no YouTube no canal Amici 1914, nesta terça-feira (23). Contratado no início de 2015 para ajudar na reconstrução do clube, o diretor contou um pouco de como foi a história por trás do convite para trabalhar no Maior Campeão do Brasil.

– Em 2014, eu estava no Cruzeiro disputando pra ser bicampeão brasileiro. Em meados de outubro, novembro, no final do Campeonato Brasileiro, tinha um jogo do Cruzeiro e Palmeiras no Mineirão pelo returno. O Cruzeiro disputando com o São Paulo pra ser campeão brasileiro e o Palmeiras brigando na parte de baixo. Eu recebi uma ligação do assessor de imprensa do Palmeiras, e ele disse que o Paulo Nobre queria conversar comigo. Eu falei: “Obvio, é o presidente do clube”. Na hora achei que ele queria alguma coisa de jogador, porque já tinha feito alguns negócios com o Palmeiras. – iniciou a história, Mattos.

– Aí ele me convidou para um café da manha no dia seguinte. Eu cheguei lá e ele me chamou pra ir no quarto, não foi nenhum café da manha. Falou que não queria ninguém vendo. Quando cheguei lá era uma espécie de entrevista de emprego. Falei: “Ô Paulo, eu tô no Cruzeiro, sou de Belo Horizonte, tô quase conquistando mais um Campeonato Brasileiro. Eu tinha ideias no Cruzeiro, ideias de disputar a Libertadores e de melhorar as coisas – confessou.

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Embora com contrato com o time mineiro, o dirigente revelou que o presidente Paulo Nobre o apresentou a uma coisa que ele conheceria muito bem depois, o coração palmeirense. Segundo Mattos, ele se reconheceu naquele sentimento, porque também era uma pessoa intensa e vibrante.

– Ele me mostrou o que depois eu conheceria muito bem, o que é o coração alviverde. O que é a intensidade do palmeirense, o que a ansiedade o palmeirense, o que e a entrega do palmeirense. Do verdadeiro palmeirense. Senti uma empatia. Eu sou um cara muito intenso, sou um cara que acorda cedo, sou o ultimo a sair. Onde eu tô, tem que ser o maior do mundo. Eu não aceito a derrota, não aceito que o clube onde eu estou não esteja no topo. Disse que era uma mudança muito drástica pra mim, mas eu tinha gostado. Nunca fui de dinheiro, só pra deixar claro que fui para o Palmeiras ganhar menos do que no Cruzeiro. O clube vivia um momento difícil, mas queria conhecer o Palmeiras. – ressaltou o diretor, enfatizando que, apesar da situação delicada que o Verdão passava, ele teve muita vontade em se unir ao projeto do time.

O dirigente encerrou demonstrando gratidão ao clube pelos anos de trabalho, mas deixando claro que o time paulista engloba um ambiente que envolve muita pressão no cotidiano e, apenas quem consegue lidar com isso, está apto a trabalhar lá dentro.

– Essa foi a minha historia para chegar ao Palmeiras. Eu trabalhei cinco anos com uma entrega de torcedor, de apaixonado por aquilo que eu faço, de carinho e respeito enorme pelo clube, de tratar ali como a minha casa, como a minha família. Abri mão de ver a minha filinha crescer em Belo Horizonte, mas acordava com uma alegria incompreensível de estar no Palmeiras, independente do momento. A gente sabe que, no Palmeiras, independente da situação ou do ano glorioso, você enfrenta até cinco crises durante o ano. Vamos lembrar que mesmo esse ano que o clube ganhou tudo, teve protesto, teve crise. Essas são as coisas que o palmeirense e as pessoas que trabalham no Palmeiras têm que saber lidar. É um clube que precisa saber suportar, se entregar, se impor, precisa saber receber crítica. E a gente não pode por nada no coração tem que entender e continuar fazendo aquilo de melhor pelo Palmeiras – finalizou.

Com Alexandre Mattos, o Palmeiras conquistou três títulos em cinco anos e retomou o protagonismo no cenário nacional. Sua gestão foi marcada por cerca de 70 contratações, tendo o atacante Dudu, agora no Al-Duhail-CAT, como a mais emblemática. Apesar do sucesso em vários momentos, o dirigente também conviveu com muitas críticas por negociações questionáveis e outros erros que o tornaram alvo da torcida.

Fora do clube desde o final de 2019, Mattos foi contratado em 2020 pelo Atlético-MG para auxiliar na reformulação do elenco e participou da contratação de 11 jogadores. Após a troca na presidência do clube mineiro, o diretor foi dispensado do cargo e agora está sem time.

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