Raul é baterista que não toca só Raul e Rush. Também tira foto da que canta e vibra como o pai que o fez ser Verdão. Trazendo o pequeno Raul no cangote na Turiaçu. Quando os anos e ele pesaram e Raul começou a ir ao estádio cada vez mais sem o pai. Mas jamais sozinho.
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Ia de ônibus ao Palestra onde no jogo final da Série B de 2003 ele segurava uma das pontas das faixas da Mancha. Quando ele não segurava as pontas pagando o ingresso que ele não tinha dinheiro suficiente pedindo a grana para os irmãos de credo.
“Meu maior orgulho é quando me chamam de palmeirense, mais do que pelo meu nome”. Raul que foi goleiro. Raul que no BR-10 socou a televisão no gol da virada do Avai. Duas placas e sete parafusos na mão quebrada. A mesma direita que no Aeroporco pra Bombonera em 2018 acendeu um sinalizador que explodiu.
Ela ainda não está boa. Mas não o impede de fotografar a alma palestrina como a da dona Lija. A torcedora de 82 anos que celebrava só de estar perto do ônibus como se fosse um gol de Deyverson. E chorou de emoção como se fosse um de Breno Lopes.
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“Quando o ônibus saiu, ela estava desse jeito. Puxando o grito do fundo da alma. Essa emoção que a gente não sabe explicar pela Sociedade Esportiva Palmeiras. Aí foi só ajustar o foco e tirar essa foto que, como o Palmeiras, a gente não sabe tudo que representa”.
Virada do Vasco em 2000. Séries B. Raul e a gente já passamos por poucas e péssimas. E talvez não tenhamos acreditado em tudo de Palmeiras que viria. Ou da SEP, como ele faz questão de dizer. Não é só Palmeiras. É a nossa sociedade. E solidariedade.
É ter fé sempre. Foco. Fogo. Uma máquina na mão e outra em campo.
Mas mais que tudo é ter coração para enxergar. E cabeça fria para não tremer como se fosse adversário.
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