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Mauro Beting: 'Águas pesadas - Água Santa 2 x 1 Palmeiras'

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Lucas Tocantins, do Água Santa, foi um dos destaques do primeiro jogo da final do Paulistão (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
Lucas Tocantins, do Água Santa, foi um dos destaques do primeiro jogo da final do Paulistão (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O Água Santa já era a maior surpresa da história do Paulistão – desde 1902. Ou desde 1970, quando a Ponte Preta foi uma das vice-campeãs (por pontos corridos). E foi ainda mais surpreendente com o que fez como mandante em campo neutro, em Barueri. Mas com barulhenta torcida que, como o bravo time de Diadema, até no gogó equilibrou com a maioria palmeirense. E acabou muito além na história que já era linda desde que o time conseguiu a primeira vitória no SP-23 – apenas na quinta rodada. Depois de perder pontos para os times que seriam rebaixados – nas três primeiras. E agora acabou com a invencibilidade alviverde. Na primeira final, encarou de igual desde o princípio o campeão brasileiro e paulista. Um Palmeiras que não perdia desde novembro. E não se achou no jogo duro pelos enormes méritos do time muito bem montado por Carpini.

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Nos primeiros 20 minutos, quatro lances perigosos do Palmeiras com Dudu (enfim) em boa tarde pela direita, Breno Lopes não tanto pela esquerda no 4-2-3-1 de Abel, e Veiga jogando e correndo muito, com Rony brigando muito no comando de ataque. A partir de então, o Água Santa foi crescendo. E mantendo a estratégia inicial: Reginaldo e Gabriel mais espetados, Luan Dias encostando em Bruno Mezenga na frente, Todinho aberto pela direita, e ajudando no meio, e Lucas Tocantins perdido pela esquerda.

Aos 43, quando o Água Santa fez o gol de cabeça com Bruno Mezenga, o mandante estava melhor. Quase havia aberto o placar no lance anterior, no erro de Zé Rafael num drible desnecessário salvo com inteligência e frieza por Marcos Rocha.

No intervalo, Abel teve que substituir Piquerez (lesionado) por Vanderlan (que entrou bem), e apostou em Endrick por Breno Lopes, abrindo Rony na ponta-esquerda. Centralizando a maior revelação da base palmeirense para, com 6 minutos, enfim marcar o seu primeiro gol em 2023. O primeiro de um menino nascido em 2006 no Paulistão. E na última boa chance alviverde até uma cabeçada aos 48. Quando, até então, só uma arrancada espetacular de Endrick foi notável. O Palmeiras ficou mais atrás, perdeu intensidade, não foi bem, e foi dominado pelo Água Santa que foi melhor. Mandou bola na trave. E fez o gol da vitória em sua melhor e maior jornada como clube aos 46, quando invertida errada de Marcos Rocha daria no gol de Bruno Mezenga, aos 46.

Agora o Palmeiras tem estreia na Libertadores, viagem longa, altitude de La Paz, e tem que virar a desvantagem – como em 2022.

Ainda é o favorito. Mas já foi bem mais.

Até pelos enormes méritos do Água Santa que mostra que o Paulistão é de outro nível.

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