Sabe quando o Nilson, no primeiro jogo final da Copa do Brasil de 2015, perdeu um gol dentro da pequena área, sem o Fernando Prass na meta, quatro segundos depois dos 50 minutos que o árbitro tinha dado de tempo, na Vila Belmiro?
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Sabe quando o Zé Roberto foi escorregando e salvando com o peito e com a raça o gol mais do que certo do Robinho, do Cruzeiro, no empate sem gols em Araraquara, na conquista brasileira de 2016?
Sabe quando o River Plate teve 963 lances de gol, lances revisados pelo VAR, e você morreu mas ainda passa bem na semifinal da Libertadores de 2020, no Allianz Parque?
Você sabe.
Como um dia eu vou lembrar que 20 segundos depois dos 49 minutos determinados pela arbitragem no Independência, o americano Juninho estava dentro da pequena área palmeirense. Weverton já estava batido. O Palmeiras vencia com um golaço de Scarpa, na ótima estreia do Flaco, depois da pálida estreia de Merentiel, no dia da maioridade futebolística do Endrick.
O Palmeiras ganhava o jogo. E o palmeirense ganhava de presente de aniversário de 16 anos de Endrick e o título simbólico e antecipado de campeão do turno do BR-22 com aquela vitória em Minas.
Mas naquele segundo você morreu de novo. E ainda passa bem que a bola de Juninho, como as de Nilson e Robinho e as 789 do River Plate não entraram.
Eu não estava trabalhando no jogo. Nem vi a partida. Estava comentando Brasil x Peru no SBT, pela Copa América feminina.
Na hora do lance que tenho ainda medo de rever, eu estava no banheiro do estúdio 2. Intervalo da transmissão do Luiz Alano. Meu companheiro de SBT naquele 0 x 2 para o River, em janeiro de 2021.
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Quando ele me perguntou na transmissão se eu estava “bem”. E eu disse que “não”. Nunca fui tão verdadeiro comentando.
Só posso dizer que, agora, pelo meu celular, eu estava vendo outro craque, o velho amigo Everaldo Marques, narrando pelo Premiere o lance inefável. E falível.
É só posso dizer que consegui sim transmitir o segundo tempo da goleada brasileira em Cali. No mesmo estádio onde o Palmeiras começou a ganhar a Libertadores de 1999.
E, sim. Só vi aquele lance de mais um jogo amarrado e apertado do time de Abel, em BH.
Mas bastou esse.
Qual o final da história no BR-22? Ninguém sabe. Nem o Abel. E nem os não poucos que querem o final da história belíssima de Abel no Palmeiras.
Só reitero que o Palmeiras me faz viver e reviver muito bem. Mais uma vez.
Só que um dia ele ainda me mata.
E ao vivo.
Ou no intervalo da transmissão.
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