Deyverson, Deyverson…
Quanta gente que agora só te quer pra sempre pintado de tri em 2021 e deca em 2018 que não queria mais te ver vestido de verde?
Deyverson. Alma e jeito de criança. Cabeça às vezes de moleque. Simulador de falta até de juiz. Mas que não simula tudo que sente. Até o que devia guardar. Você pode cavar faltas lá no campo que não existem mesmo. Mas, aqui dentro, você conseguiu cavar um espaço do tamanho do seu gol Centenário.
A sua melhor jogada não foi o tri libertador. Ok, aquilo é imbatível como espírito de porco mordido como em Montevidéu. O seu melhor gol não foi a de 2018 em São Januário.
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O seu melhor, Deyverson, é que você sabe qual é o seu pior. Assume os erros. Não delega os acertos. E tenta melhorar. Do seu jeito. Humano. Tão humano que errar fica menos desumano com você. E quando você acerta, o Brasil é nosso como em 2018. Quando você aproveita o erro do Pereira, o Palmeiras faz a América de novo em 2021.
Menino Maluquinho, o apelido que eu te dei – como diz o Felipão, campeão do Brasil em 2018 pelo seu gol no Vasco: “não conheci na vida alguém mais do que o Deyverson”.
Como diz o São Marcos, canonizado na primeira conquista continental do Palmeiras, em 1999: “depois do Deyvinho, o César Maluco virou César Normal”.
Deyverson, você mesmo sabe que pisa na bola muitas vezes. Apanha dela e de muitos. Arranja tretas desnecessárias. Quase anula um gol contra o Galo nem estando em campo – e por ter o invadido antes da hora. Fez, contra o Grêmio em 2019, no Pacaembu, a mais infeliz atuação que vi em jogo decisivo um palmeirense fazer.
Mas é por você ser tão Deyverson que o palmeirense acaba ficando ainda mais palmeirense. Ainda mais campeão. Louco com você. Maluco como você. Cada vez mais fanático por você.
Só você para fazer o que você faz e não sabe como. Só você para acreditar naquela bola perdida e reconquistar a glória eterna.
Deyverson, você enlouquece o palmeirense. E nunca foi tão bom ser tão pazzo nesse Maracanazo no Uruguai.
“Pazzo” em italiano significa “louco”. No Palmeiras, agora chamamos de Deyverson. Você significa muito.
Mais do que parabéns, obrigado por tudo. Por todos nós, Deyverson.
Você está saindo de novo. Coisa de maluco. Não. De Deyverson.
Você pode não ter mais contrato com o Palmeiras. Mas o seu contato com o palmeirense é tão maluco quanto você. O cara que nos deixou ainda mais malucos. Ainda mais Palmeiras.
Volte sempre. Tudo acaba em pazzo no Palestra.
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