“Ele morreu de Palmeiras”.
José Murillo fala assim do “cara mais alegre que eu conheci na vida. Meu primo. De verdade, meu irmão. Crescemos e trabalhamos juntos. Não conheço cara mais resiliente e pra cima. Mesmo tendo problema no coração desde que nasceu. Por causa disso passou um ano inteiro no hospital. Mas sempre viveu tudo na plenitude. Sobretudo o Palmeiras”.
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Mesmo quase morrendo algumas vezes pelo problemas nas válvulas do coração, era o coração palmeirense que sempre o levou pela vida. Não como escape. Mas esperança. Como se a vida inteira fosse um Breno Lopes esperando uma bola.
Ele nasceu bicampeão paulista em 1994. Não tinha seis meses e já era bi brasileiro. Ele tinha acabado de completar 5 anos na Libertadores de 1999. Mas não lembra de nada.
O jogo mais importante da vida dele foi em 30 de janeiro no Maracanã. Na casa dos primos, em Diadema, viu sem acreditar que o Breno Lopes que ele não queria ver naquela hora em campo fez de cabeça o gol do bi. Ele saiu correndo, chutou cadeira, e quando o tio foi pegar os rojões, Matheus desmaiou.
Os primos levaram para o hospital. Por duas horas mais longas que os arrastados e cardíacos 90 minutos, tentaram reanimá-lo.
“Meu primo morreu de Palmeiras”, é o atestado de óbito do irmão mais do que primo José Murilo. “Ele morreu no dia mais feliz dos 26 anos dele”. Atestado de fé e de vida.
No momento mais alegre em 26 anos de paixão alviverde, Matheus foi pro paraíso. De verdade, ele não morreu de Palmeiras. O Palmeiras o levou pra eternidade.
O primo torceu com a camisa do Marcão de 2000. Matheus com a da Mancha. “Ele tinha que morrer assim. Ele quase morria em todo jogo do Palmeiras. Ele jogava junto. Desde moleque. Ele até se dizia ‘filho’ do Paulo Nunes. Parecia o diabinho loiro. Ele vivia Denis o Palmeiras. Só o Palmeiras mesmo pra o levar assim”.
Agora o diabinho é anjo. O palmeirense que subiu junto com Breno Lopes.
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