Quando deu São Paulo em vitória espetacular contra o Racing em Avellaneda, pelas oitavas (apenas a segunda tricolor na Argentina na rica história são-paulina na Libertadores), eu temi pela repetição de 1974, 1994, 2005-06: Palmeiras eliminado sem vencer um Choque-Rei libertador…
Quando o São Paulo fez 1 a 0 no segundo tempo no Morumbi, achei que tinha ido pro saco até a volta em casa. Mas Patrick de Paula encheu o pé e a esperança verde. Tinha um certo receio em casa. Ela foi nossa. Foi 3 a 0. E tinha como ser mais. Com Dudu em noite de clássico.
Mas daí tinha o melhor time do BR-21 e da Libertadores pela frente. Mais ou menos como era o Corinthians nas quartas de 1999. E na semifinal de 2000. Então tinha Marcos e a Via Láctea da Parmalat. Agora tinha Abel trancando tudo e não chutando em casa. Não vai dar no Mineirão. E talvez seja bom negócio. Meu Malvadão Favorito do Renato está jogando muito. Quase tanto quanto o Galo.
Um a zero para eles. Não vai dar. Não, Abel. Pode botar o Veron! Talvez melhor fosse o Wesley. Mas para que tirar o único atacante. Só tem o Dudu pra chegar e… GOL DO DUDU! Chupa todo mundo. Chupa eu!
Quem mandou não acreditar na gente?
A gente mesmo!
Deu no Mineirão. Mas não vai dar em Montevidéu. É 70% deles. Que nem a torcida daqui dois meses no Centenário. Só temos 30% de chances. Mas isso porque somos os campeões atuais. Mas jogando menos. Talvez nem jogando 60% de nossa capacidade.
Dois meses de festas antecipadas deles. Por que não duas semanas de festas e textos nossos depois?
Quando a bola rolou eu achava que seria 2 a 2 e pênaltis. 55% de favoritismo para eles. E brincava que seria 1 a 0 Veiga. Nos pênaltis. Ele faria o nosso. Weverton defenderia os cinco deles. Diego Alves os outros quatro.
Até por que não daria para o Ademir da Guia subir com o Breno Lopes como no Maracanã. Não daria para o César iluminar o Deyverson se…
O que eu acho mesmo é que eu não tenho que achar nada. Vamos viver um sábado de cada vez. Um título de cada vez. Mesmo que no mesmo ano.
E não contra tudo e contra todos. Apenas todos por um. Ou por dois num só ano. Tudo é nosso quando não brigamos com a gente, com os fatos. E nem contra o vento.
Ganhamos no grito. No gogó. E na garganta na hora certa – sem gargantear antes. E nos gols. Ganhamos. Por não nos perdermos antes da hora.
Sempre vai ser tempo de celebrar por todos os tempos extras o 27 de novembro. Pelo tamanho do nosso rival. Pela qualidade dele.
E por sermos nós mesmos os donos da nossa felicidade de família.