O Palmeiras está jogando muito. Muito jogo, não necessariamente muito futebol. E por estar jogando muitas partidas (só nos últimos 21 dias foram 10), não há como cobrar humanamente uma qualidade de futebol melhor. Até porque, esportivamente, o Palmeiras reserva fez o que era possível no Paulistão, e os titulares conseguiram 100% de aproveitamento em quatro jogos da Libertadores. Três deles fora de casa. Contra o campeão da Recopa e da Sul-Americana, e contra o time que eliminou com duas vitórias o Grêmio na fase anterior, e que jamais havia perdido como mandante na altitude de Quito, em 30 jogos continentais.
O Palmeiras fez fácil um grupo que seria difícil. Como fez em Quito um resultado que desde 1962 o clube não conseguia. Mantendo uma série de 12 jogos como visitante sem derrota da Libertadores. Feito que só o River Plate, em 2018-19 havia conquistado. Mas o time de Gallardo venceu só quatro desses 12 jogos. O Palmeiras, desde 2019, venceu nove dessas 12 partidas.
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Com uma eficiência letal como nós 2.800m no Equador. No primeiro tempo contra o Independiente, o Verdão teve uma chance (e não concedeu nenhuma em jogo chato e marcado). E fez o gol de pênalti com Raphael Veiga. No lance mais uma vez iniciado por Patrick de Paula recuperando uma bola no campo de ataque. No 3-3-2-2 de Abel, os volantes têm que ser meio-campistas que também chegam à frente. Como muito bem voltou a fazer Patrick de Paula.
A questão é que parecia que o Palmeiras tinha 10 volantes e somente Rony à frente. Ou melhor: pareciam 11 Ronys no ataque, correndo, brigando, lutando, enchendo os piquás dos adversários. Em um contragolpe no segundo tempo, era Rony contra sete defensores do Independiente. Luiz Adriano estava como mais um volante. Tanto que logo depois seria substituído por outro de crachá (Danilo Barbosa).
É a única crítica mais contundente que se pode fazer em relação a Abel. Ele poderia soltar mais o time. Naquele momento, Rony pedia companhia. Era o caso de Wesley para desafogar a pressão equatoriana. Mas Abel manteve o time todo atrás. E deu certo de novo. A impressão que ele dá é que se um dia ele trocasse Ademir da Guia pela minha mãe numa partida, a baixinha de 1m57 faria dois gols de cabeça pelo time do português.
Não tem como cobrar ainda mais desempenho dessa equipe que joga dia sim, outro dia também. Mas tem como questionar algumas das práticas e ideias do treinador. Tem como jogar um pouco mais à frente.
Mas tem como atuar melhor sem ter tempo para treinar e descansar?
O que também dá pra discutir agora é o foco no Paulistão. Tem como pensar em atuar com mais titulares a partir de agora. Já que o clube está classificado para o mata-mata da Libertadores, e com boas chances de repetir pela quarta vez seguida a melhor campanha da fase de grupos – o que dá a vantagem de sempre decidir a classificação em casa. Ainda que o desempenho como visitante seja absurdamente bom.
Como ainda são absurdamente ruins algumas críticas e cobranças a um grupo que joga muito. E por isso não consegue jogar demais. Ou joga demais e não consegue jogar muito mais.
Como jogaram Gómez, Luan e Renan. E Weverton.
E como corre e joga e se joga Rony.
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