Mauro Beting: Rony My bike - Palmeiras 5 x 0 Cerro Porteño

Hoje eu vou dormir com a mulher que quando eu vi com 17 anos eu não tinha visto ninguém mais linda. Mas não conseguia chegar perto dela sem gaguejar. Por isso também não deu certo. Voltamos a nos ver há 10 anos. Dormimos juntos desde então. Quando acordo, parece que ainda sonho com ela. E é tudo verdade. Tudo amor. Toda ela.

Cada um tem um sonho que parecia impossível. Ou vários. Nem sempre conseguimos. Ou conquistamos o que nem sonhamos.

Muitas vezes não chegamos nem perto. É mais fácil dar errado. Ou nem começar. Mais difícil é anunciar o nosso desejo. A nossa cobrança é maior. A dos outros, mais cruel.

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Mesmo igualando em gols em Libertadores os inigualáveis Pelé e Zico, Rony ainda tentava a bicicleta que virou meme. Como um golzinho dele também já era até o primeiro, em 2020. Tinha perfil em rede social. Tinha piada. Só não tinha o gol.

E ainda tinha aqueles gols que só ele – e Navarro – perdem. Só o palmeirense para celebrar a saída do artilheiro da Libertadores no primeiro tempo por perder tantos gols. E só o Rony para na primeira bola dele no jogo perder outro certo. Depois superar os insuperáveis Pelé e Zico em gols no segundo muito bonito. Só ele para ajudar a criar o golaço de Breno Lopes.

E só Rony para criar um lance do nada e fazer de tudo por ele. Fazendo o Allianz celebrar a chegada da bola e a entrada dela como se fossem os chapéus de Alex em 2002, o golaço de Sampaio em 1993, e tantos gols decisivos. Mas poucos tão alegres e explosivos quanto um gol de mais um jogo ja decidido como o golaço de bike de Rony.