Estou sete horas à frente da maioria de vocês que vivem onde nasceu quem nos faz viver melhor. Quem ainda vai nos matar por tudo isso.
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Levei 14h30 de avião desde onde os meninos da base treinam até Dubai. Mais uma hora e meia até onde vai ser o jogo contra o maior campeão africano. O Campeão do Século XX egípcio.
Não pareceu tanto tempo assim. Foi menos do que o Andreas Pereira se atrapalhar até o Deyverson marcar. Tive essa impressão.
Agora, mesmo 7 horas à frente do Brasil, mesmo sabendo por volta de 16 segundos antes no estádio o que o delay só irá levar até o Brasil 16 segundos depois, ainda sinto que estou sete anos atrás. Quando nessa foto do fim do empate contra o Athletico (que não se escrevia assim) pelo BR-14 a gente so celebrava a permanência na A. Quando ainda mal sabíamos descrever como era ser Palmeiras. Sobrevivendo como tal.
Paulo Nobre arrumou a casa. A WTorre a construiu. A Leila pintou e bordou e Maurício Galiotte levou nosso Motor Home pela América e de novo pelo mundo.
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Estou nos Emirados Árabes tão unidos como palmeirenses do planeta estiveram naquela segunda tarde de Allianz Parque que podia ser a terceira de Segundona. Tão unidos como estamos para tanto celebrar depois da segunda das três Libertas como nos aliviar. Tão juntos como as outras tantas torcidas torcem contra.
Faz parte. É do jogo. É do ser humano de tão desumano. É da nossa essência de sobrevivência. Da alegria ao humor. Do amor incondicional desse time que pode até nos derrubar. Mas não nos rebaixa.
Estamos aqui a alguns séculos do Mundial. Pra mim ainda o Deyverson não chutou no Centenário, e você não chorou por séculos.
O que vai ser, nem os que sempre cantam vitória antes ou a derrota de quem mais venceu no Brasil sabem. Só sei que aquela adrenalina ou sei lá o que descarregada em 2014 me carrega agora em 2022.
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