Faz 32 anos que eu contava na arquibancada. Às vezes, ao microfone. Há anos nos eventos no Palazzo Verde, com o amigo Luiz Rossi cuidando dele e de ídolos alviverdes como Tonhão zagueirava, becava, chutava, limpava, espanava e nos defendia como um de nós em campo.
Eu só cumprimentava o nosso camisa 4 nos 4 a 0 de 1993 cantando:
Tonhão, Tonhão, Tonhãããão!
Naquele sábado da Paixão Palmeirense, foi dele a jogadaça que levou à expulsão de Ronaldo. E à própria expulsão infantil e injusta.
“O que você foi fazer lá, Tonhão!?”.
Sempre o cobrei – rindo – por isso. Como cobrei – sério – por pisar na camisa da Lusa, no Palestra.
E ele admitia o erro que sempre se desculpava. Por ser um cara muito legal. Simples como seu jogo. Coração como Palmeiras.
Mesmo arrepiando vez e outra. Como no Adeus, Marcos, em 2012, no Pacaembu. Edilson deu uma caneta em Ademir da Guia… Tonhão chegou numa voadora no Capetinha, na bola, no rival, no planeta. Foi mais aplaudido que Marcão quando fez o gol de pênalti em Dida.
Pode isso, Tonhão? Pode, palmeirense. A melhor qualidade dele. A nossa, também.
Tonhão é dos nossos. Ídolo que não é craque. É o que milhões somos. Mas ele, mais do que bilhões, esteve lá dentro. E fez tudo que nem em sonho faríamos.
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Tonhão, amigo e ídolo, você me via, me abraçava e dava um beijo na minha mão e dizia: “Mauro, você é nosso ídolo”. E eu não tinha palavras.
Ainda não tenho, zagueiro. Só a última: quando jogamos juntos numa partida beneficente, eu de goleiro, você de Tonhão, eu pedi para você cobrir nosso lateral. Você arrepiou o ponta deles, deu dura no nosso lateral, e pra mim falou: “fala mais. Isso aqui não é brincadeira”.
Para você nunca foi. Para nós, Tonhão, você sempre será um caso sério de amor por nossa camisa. Nossa alma.
Nosso Tonhão.