Eu estava no estúdio do Fox Sports. Há exatos e incertos sete anos. Se o Palmeiras fosse rebaixado com o pior futebolicídio de sua história, eu teria que comentar o VT completo do segundo jogo do clube no Allianz Parque, contra o Athletico de Weverton.
Mas o Santos venceu o Vitória no Barradão. O empate em Salvador (e bota salvador nisso) já bastava depois do 1 a 1 verde contra o Athletico. Quando Henrique Ceifador fez de pênalti o primeiro gol palmeirense na nova casa. Onde Valdivia fez de tudo para jogar – e bem – e, desta vez, nos salvar da terceira queda.
Quando Thiago Ribeiro fez o gol santista na Bahia de todo o Santos e também do Palmeiras, uma descarga de não sei o que me tomou. Era alívio. Não alegria. Era não sei o quê. Só sei que em instantes me recompus e fui comentar Cruzeiro 2 x 1 Fluminense. Mais um jogo do campeão. grande bicampeão de 2014.
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Sete anos depois, o Palestra mineiro vai amargar a terceira Segundona seguida. O Palmeiras conta desse 2015 mais um Paulista. Duas Copas do Brasil. Dois Brasileiros. Duas Libertadores.
Não só tudo mudou em sete anos. Desde 2019 a coisa já tinha virado. A casa, reconstruída. A mineira, demolida. A golpe de picaretas.
Só falta a gente entender que a vida é assim. Como o futebol. Não tem 12 de junho de 1993 definitivo – mesmo eterno. Nem derrotas pra sempre.
Cornetamos demais o Abel. Nobre, Mattos, Maurício, Leila, Anderson. Luan. Deyverson. Luiz Adriano. Rony. Mayke. Veiga. Scarpa. Crias da Academia. Patrocinador. Nós mesmos.
E seguimos assim.
Não pode.
Mas somos assim. Imperfeitos. Impacientes. Humanos de tão desumanos.
Palmeirenses.
O que melhor nos define. Mesmo tão inefáveis quanto insuportáveis.
Parabéns por termos superado tudo isso. Todos por um. Todos pelo tri. Mas não contra tudo e contra todos. Muitas vezes somos contra nós mesmos. E até contra o vento. O que jamais nos cala. Apenas nos empurra.
O vento não costuma soprar a favor. Ele é como a biruta. Vai pra lá e pra cá. Nós é que somos sempre a favor do Palmeiras. Mesmo quando do contra. Mesmo contra.
O porco não voa conforme o vento. Ele sobrevive. No alívio da primeira. Na Glória Eterna.
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