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Meu Palmeiras. Minha Itália!

Meu Palmeiras. Minha Itália!

Lá na biografia desse que vira e mexe vem aqui falar umas groselhas com vocês, está descrito assim: "de família tipicamente italiana…". Não é força do hábito ou mesmo de expressão. É força de raiz e do sangue que além de palestrino, estranho se não fosse, é absolutamente Firenze. A vó Carolina, como conta meu pai, era uma senhora de classe irrepreensível, seriedade ímpar e por mais que os olhos já não fossem capaz de ver, foi quem mais enxergou caminhos para eles, os netos. Vinda em um navio no começo do século passado, é o espírito que inavdiu o país que hoje celebra a vinda dele.

O primeiro desses transportes de cultura e paixão chegou ao Brasil em 1874, o La Sofia. Demorou 40 anos até que o italianimso tomasse conta de cada esquina da metrópole de pedra e chegasse ao futebol. A Vó Carolina não era uma amante fervorosa do futebol, mas foi contemporânea de Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vincenzo Ragognetti e Ezequiel Simone que anunciaram através do jornal Fanfulla, princípio de imprensa dedicado a eles que viríamos a ser nós um convite a quem tivesse interesse em fundar de uma agremiação esportiva que tivesse a representatividade suficiente e proporcional ao que já era a colônia por essas bandas.

Como uma magistrada da vida, ela sabia muitíssimo bem a relevância de um Palestra. Não, ainda, o Itália que viria apenas em 1914, no Salão Alhambra, mas o sentido puro do termo, de escola, de local apropriado para a atividade do corpo, como diziam meus avós. Sorte a nossa que 46 interessados se uniram para que o nosso Palestra, enfim, surgisse. O imigrante fazia na nova casa, uma grande família que faria frutos e filhos por mais de século.

Não tive a sorte de sentar ao lado de uma italiana que amou o Brasil e ouvir suas histórias, suas vivências e sofrimentos de quem viu muito dessa vida com o coração e atravessou o Atlântico em busca de redenção. Tenho no sangue a herança desse povo que sofreu pra viver e deixou na comida, nas ruas, nas construções, no vocabulário, no futebol e no espírito, um pouquinho bem grande do que são.

E a gratidão eterna por me deixarem o Palmeiras, o Palestra deles, meu Parmera que eu consigo dividir ao com meu pai nas luxuosas cadeiras do Allianz, mas com a emoção do concreto que sentei com ele, anos atrás. A Vó deve se orgulhar de tudo o que agora sim, vê em cores, mas lá do ceu. O Brasil é branco, verde e vermelho. Ele é Palmeiras.

Obrigado por tudo. Siamo noi, meu.
Cazzo!