ORLANDO – Muda, Palmeiras. Mas não o treinador. Ele é quem precisa mudar.
Não mudava o Dudu quando precisou. Quando ele era o mais preciso na pálida partida contra o Cruzeiro em Minas em um jogo sem chances, sem criatividade e sem Palmeiras, Roger o sacou sem explicação. Como apostou de novo em Deyverson sem muita motivação.
Motivação de motivo. E também de empenho. Muda, Palmeiras. Volta a ser o time da Bombonera. Vibra, Verdão. Ou vai virar o fio. Vira mais virose.
Mas não é só garra que resolve. A guerra ou o Guerra. Organização para criar o que Lucas Lima ou se enfia demais, ou não enfia nenhuma, ou não cria nada.
Parece vírus. Contagioso. Ninguém se aproxima para passar e pensar. O ataque lá na frente esquecido como frete parado. A meiúca aqui atrás perdida sem criar bolas e sem as recuperar. Zagueiros falhando. Até Jailson nem sempre segurando todas.
Hyoran é opção e não se usa. Quando quero Felipe Melo eu vejo Thiago Santos. Quando eu quero Thiago Santos eu vejo Felipe Melo. Não queria muito Lucas Lima e quero ainda mais que ele queira.
Mas Roger, o que eu quero mesmo é que você mude. Caso contrário, o Palmeiras não vai mudar e vai acabar mudando de treinador.
Sei que os desfalques atrapalham. Muito. Mas é pra isso que se tem grande elenco em qualidade e quantidade. Para usar mais Willian e agora Moisés. Para usar menos Deyverson. E, no Mineirão, para não ter usado Keno com virose.
Aliás, estamos parecendo médicos no plantão de sábado à noite – com o perdão aos bravos facultativos. Sabemos que estamos doentes. Moles. Fracos. Rendendo pouco. Vamos ao hospital e recebemos o mesmo diagnóstico de um tiro na testa a uma febre alta: “virose”.
Não é só a de Keno. É de quem veste a nossa camisa e dá a camisa para ser vestida.
Não quero que Roger saia. Quero que ele entre mais no Palmeiras.