Depois de cinco vitoriosos, mas intempestivos anos, o Allianz Parque não terá mais grama natural a partir de 2020. O acordo do novo tapete que abrigará treinos e jogos do alviverde foi feito com a empresa Soccer Grass, líder de mercado na área de piso sintético. A mudança, no entanto, deixou várias dúvidas para o torcedor e nós, aqui, tentaremos esclarecer a maior parte delas.
Modelo Arena da Baixada?
Não. O novo gramado do Allianz Parque e da Academia de Futebol terá outro princípio. O piso da Arena é feito com fibra de coco, um composto orgânico que trabalha com a capacidade de simular a grama sem que haja o comprometimento que o piso natural sofre com utilização e com os efeitos do tempo. No entanto, há um conhecido problema com água e com temperatura. O Palmeiras optou por uma novidade que dirime essas questões.
Os problemas
A água é amiga e inimiga do gramado com fibra de coco. Por quê? Há uma dependência para que o gramado se mantenha macio ao ponto de absorver impacto e evitar lesões, mas o excesso de água causa uma movimentação do piso por ele ser substancialmente leve e suscetível ao inundamento. A fibra de coco não tem uma grande capacidade de dissipar a água e isso compromete o bom desempenho do piso como um todo. Da cor preta, ela suja rapidamente os uniformes.
Granulado de Borracha
O que o Palmeiras escolheu para sua mudança é esse material que tem uma aerodinâmica vazada para acabar com a questão da drenagem, afinal não retém líquido como faz a fibra. Os grânulos também são efetivos na absorção de impacto, na prevenção de lesões e por isso foi visto com ótimos olhos pela equipe física do Palmeiras. Para se ter uma ideia, a seleção holandesa já trabalha seus treinos nesse tipo de piso. Os grânulos são da cor verde.
Sem buraco, sem sol
A missão de cuidar de um gramado é longa e complexa. A incidência de luz nunca é uniforme e por isso todo gramado incorre no risco de ser desigual. Ainda mais no Gol Norte do Allianz Parque, onde a cobertura para show no anfiteatro diminui a presença do Sol. Os grânulos não trabalham dessa forma. A grama, por exemplo, quando tem um tufo extraído após um carrinho, é capaz de cobrir o dano, mas não conserta o desnível. Um gerador de lesões em potencial. O novo gramado do Allianz não será suscetível a quaisquer desses expedientes.
Lado econômico
Calcula-se da seguinte forma: o Palmeiras terá cerca de setenta por cento a menos com os gastos mensais de manutenção que tem, hoje, com o gramado natural do Allianz. Conta-se também com uma troca anual de gramado e outras possíveis quatro substituições previstas pelas promotoras de evento em caso de dano significativo. Por fim, pela facilidade de manutenção, imaginam-se pelo menos mais cinco datas disponíveis para jogos. Ao final dessa soma, o Palmeiras imagina que poderá ver o investimento se pagar em até três anos.
Tempo de instalação
Março. O Palmeiras trabalha com essa previsão para que a troca esteja consumada e pronta para uso. Além do Allianz, ao menos um campo da Academia de Futebol passará pelo menos procedimento. Acredita-se com os próximos três meses de trabalho, a grama do Allianz será mais consistente, mais resistente e, ainda assim, muito verde.