(Foto: Fabio Menotti / Divulgação / SE Palmeiras)
Após o anúncio do acerto de uma parceria entre Flamengo e Banco de Brasília (BRB), a pauta "dinheiro público nas camisas de futebol" tornou-se um dos assuntos mais comentados das redes sociais nessa sexta-feira (19). Isso porque o BRB, que estampará o peito do uniforme rubro-negro, tem o governo do Distrito Federal como principal acionista.
A polêmica se deu quando torcedores rivais passaram a acusar o clube carioca de usar dinheiro público para ganho próprio. Contudo, essa é uma prática comum no futebol brasileiro: a Caixa Econômica Federal, por exemplo, já chegou a patrocinar 12 clubes nacionais simultaneamente em 2016, incluindo Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Atlético-MG e Vasco. O alvinegro paulista contou com essa parceria de 2012 a 2017, e foi o principal beneficiado entre todos, chegando a receber R$ 30 milhões em apenas um ano. Outro caso famoso é o da Petrobrás, que patrocinou o Flamengo durante 25 anos, entre 1984 e 2009.
Surgiu, então, o nome da Crefisa na discussão virtual. Alguns torcedores flamenguistas alegaram que a patrocinadora palmeirense age de forma injusta ao pagar acima do valor de mercado pela parceria. O nome da empresa de crédito, inclusive, chegou aos trending topics do Twitter.
A Crefisa é uma integrante ilustre na lista histórica de patrocinadores-másters do Palmeiras, que conta com nomes como KIA, Samsung, Fiat, Pirelli, Agip, Coca-Cola, Parmalat, entre outros. O que todos os integrantes da lista têm em comum é o fato de serem empresas privadas. Desde que o Conselho Nacional de Desportos liberou, em 1982, a utilização de imagens publicitárias nos uniformes dos clubes brasileiros, o Verdão nunca teve sua camisa estampada por uma empresa financiada majoritariamente com dinheiro público.
Um dos principais fatores que colaboraram para isso é a aproximação palestrina com a Itália. A Agip, primeira patrocinadora do time por uma temporada completa (entre 1987 e 1988), tem origem italiana. Outro caso, que foi também o mais marcante, é o da Parmalat. A empresa de laticínios, fundada em Parma, foi a co-gestora do clube durante quase toda a década de 90 e responsável por uma das fases mais vitoriosas da história do Palmeiras. No século 21, a Pirelli (cuja sede é Milão) e a Fiat (oriúnda de Turim) também foram importantes parceiras que estamparam o peito do manto alviverde. A própria Crefisa, apesar de brasileira, é fundada pelo descendente de italianos e fanático palmeirense, José Roberto Lamacchia.
Todavia, vale lembrar que o governo brasileiro é, historicamente, muito envolvido com o futebol. Por isso, é difícil encontrar qualquer clube de elite que nunca tenha se beneficiado com qualquer tipo de verba pública, que pode ser envolvida direta ou indiretamente em construções de estádios, renegociações de dívidas tributárias, campanhas publicitárias, entre outros casos.
Confira a lista dos patrocinadores que estamparam o peito da camisa do Palmeiras:
- -Bandeirante seguros (1983)
- -Aveia Quaker (1984)
- -Marte rolamentos (1984)
- -Mercaplan D.T.V.M. (1984)
- -Furglaine (1984)
- -Sharp e Arapuã (1984)
- -Consórcio Batistella (1985)
- -Lanche Mirabel (1985)
- -Bavesa (1985)
- -Brandiesel (1985)
- -Borcol (1986)
- -Cassino Galeria Pagé (1986)
- –Agip (1987-88)
- –Coca-Cola (1989-91)
- –Parmalat (1992-2000)
- –Santal Active (1997-99)
- –Pirelli (2001-07)
- –Fiat (2008-09)
- –Samsung (2009-10)
- –Fiat (2010-11)
- –KIA (2012)
- -Chery (2014)
- -Prevent Sênior (2015)
- –Crefisa (2015-atualmente)
- -FAM (eventualmente desde 2015)
Em negrito, estão os que duraram uma temporada ou mais.
Fonte: Site oficial do Palmeiras