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Nas alturas: Bolívar 1 x 2 Palmeiras

Quebrando tabus, e jogando bem na altitude de La Paz

(Foto: Divulgação/Libertadores)
(Foto: Divulgação/Libertadores)

Desde 1983 (11 jogos) o Bolívar não perdia para um clube brasileiro nos 3.600m de La Paz. Desde 14 de março a Academia boliviana não jogava. Desde julho a Academia brasileira (8 vitórias e 7 empates) não perde em 2020. Desde a justa vitória na Bolívia sem Luiz Adriano, Patrick de Paula, Felipe Melo e Lucas Lima o palmeirense pode respirar mais tranquilo. Com o ar que faltou para todos em La Paz. Com o clima mais ameno com a classificação mais do que encaminhada na Libertadores.

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O jogo foi até melhor que a encomenda. Não tem como exigir futebol na altitude (e não muita bola do limitado Bolívar). Nem mesmo para o dono da casa que ficou um semestre inteiro sem jogar. E seguiu sem fazer muita coisa. O primo de Riquelme fez de cabeça o único gol celeste, o de honra, na única desatenção da zaga verde, quando o jogo já estava mais do que dominado depois do placar aberto na primeira etapa pelo incansável Willian. Batendo um pênalti desnecessário de Jusino em Rony (em sua melhor partida em 2020).

O segundo gol foi fruto tanto da altitude que deixa a bola mais rápida e sinuosa quanto do talento adulto do múltiplo Menino. Gabriel baixou a porrada de longe como se tivesse baixado o espírito de Cleiton Xavier em 2009 no Chile. Um golaço que coroou ótima atuação mais uma vez por dentro, ao lado do cada vez mais participativo Zé Rafael, com Veiga e Rony pelos lados, e Ramires ainda longe do ideal na cabeça da área, no 4-1-4-1 de Luxemburgo.

O Palmeiras foi melhor quase o jogo todo, e o sufoco final se compreende pelo desgaste anormal de se jogar na altitude.

Mas o mais importante era fazer algo que desde 1983 não acontecia com o Bolívar. Perder para um brasileiro. Algo que o maior campeão nacional do Brasil fez contra o maior campeão local. Algo natural para o segundo maior vencedor de partidas na Libertadores entre os brasileiros, maior goleador entre os brasucas no torneio, e maior vencedor de jogos como visitante entre os brasileiros.

O Palmeiras manteve sua sina. Se repetir a sanha dos meninos, pode e deve evoluir na temporada.

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