Foto: César Greco
Eu sei.
Se ele for pras redes, lembraremos da versão extrovertida e intensa, do abobalhado que aparece nas ações de carinho com as pessoas. Se não, lembraremos do inconsequente e desmiolado que pensa pouco para agir e tantas vezes age mal. De quem vive relacionamento indeciso com a bola de futebol. Em dias, sai no tapa com ela. Em outros, chama pra sair e termina em uma grande noite de amor.
Eu sei que você não sabe quem escolher.
Se ele é afastado, agradece por não conviver com a indolência, mas se é afastado, faz lembrar que a mudança não foi tão grande assim. A vaga é ocupada por uma versão mais sanguinária desse mesmo nível paupérrimo. Ás vezes, rola até uma saudade das caneladas do gringo que é nota zero em cativar, mas nem é tão zero assim com a bola nos pés. Apanha bastante dela e baixa a cabeça, mas poderia viver momentos de maior intimidade. Sobra falta de trato.
Relaxe. A pergunta foi difícil.
Em uma enquete que fiz no Twitter, duzentas e noventa e sete pessoas falavam sobre Borja e Deyverson. Li uma a uma, ri com várias, refleti tantas quanto, mas concluí com todas, com o conluio desse raciocínio que todos preferem nenhum. E a teoria da comunicação que na escola de Frankfurt já falava sobre nossa tendência humana de escolher a opção que não está ativa. A que estivermos vendo com menos frequência e mesmo que essa opção não represente uma real melhora da situação.
Trocar seis por meia dúzia, sabe?
Os camisas 9 do Palmeiras são complementares. Erram em excesso, falham em demasia e tem qualidades distintas. São figurinhas repetidas do mesmo álbum. A escolha de um ou de outro vai suscitar a falta do preterido porque nenhum será capaz de atender a expectativa, isso é uma realidade que precisa ser observada e criticada. A manutenção desse cenário já conhecido é uma falha importante.
Muito de pouco e pouco do que precisa muito
Escolhas equivocadas que geram uma situação limite de insatisfação. Arthur é a alternativa não conhecida e que precisa ser posta a teste. Já não é sem tempo de entre A e B, escolher C. Entre o louco e o deprimido, o comum pode solucionar a equação. Ou muda, ou vai continuar pisando na lama pra fugir da areia e pisando na areia para escapar da lama.
Muda, Felipão. Vai, Cabral.