Foto: Ricardo Rímoli/Lancepress
Não éramos os favoritos. Não éramos sequer uma equipe de ponta. Não tínhamos craques. Não tínhamos salários astronômicos. Tínhamos um sonho, uma camisa na mão, um grupo desacreditado, um líder com muita fé e uma torcida que decidiu acreditar. Parecia improvável, mas vá dizer isso a quem havia esperado por uma vida toda pra ver o time que ama em uma final de campeonato.
Eram 3 mil palmeirenses na capital gaúcha. Era o poderoso Grêmio dentro de seus domínios. Um time que convivia com a glória. Aquele Palmeiras chegou ao estádio Olímpico com os trapos na mão e um coração pulsante. Eram desfalques que se amontoavam, faltavam nomes, faltava quase tudo. Sobrou sangue nas veias de quem gritava de fora e de quem guerreava lá dentro. Valia muito mais do que uma vaga.
Era a vida daquela união entre bancada e chuteira.
Se não fosse possível, tinha um afago esperando. Teria dado errado por qualquer circunstância, exceto o desejo. Como quis, aquele time. Com que paixão defendeu as cores, com que amor foi para aquele jogo. Que garra tinha aquele torcedor que não parou um minuto antes, durante e depois. Pouco se importou com os porquês. Estava cego pela esperança inabalável.
Chegou ao céu.
Foram dois gols nos minutos finais. Com os reservas que vieram do banco e da voz de Luís Felipe Scolari, com a quase descrença de quem assistia a tudo aquilo. Copamos o estádio Olímpico. Virou Palestra Itália. Consolidamos a classificação em casa, em uma noite de Arena Barueri que me faz arrepio pelos braços ainda hoje. Que jornada teve a Sociedade Esportiva Palmeiras, viva por suas raízes, sua história e sua força emocional.
Hoje tem de novo. O espírito soberbo não cabe na copa. Não vence eliminatória. Milhares de alviverdes chegam de todos os cantos do mundo para acompanhar o alviverde. Com imponência, mas com humildade, no gramado em que a LUTA nos aguarda, há que se saber muito bem o que vem pela frente, que a dureza do prélio não tardará. E você, Palmeiras, no ardor dessa partida, transforme lealdade em padrão.
Mostre, de novo, que de fato, unidos, seremos campeões.