Eu não falei nada.
Eu não fiz nada.
Apenas pedi pra nao fazermos nada.
A não ser jornalismo.
Sem corporativismo. Sem celebração.
Só concorrência quando a Arena Palmeiras, opa, o Allianz Parque se manifestou contra a Rede Globo. Instante raro de silêncio para a gente ouvir a consciência.
Apenas demos vez a quem tem voz. Ouvimos o que o povo fala. O outro lado.
Sem aumentar o som de uma torcida ou baixar o da outra. Sem falar por cima para esconder o que se escancarou mais uma vez.
Só a realidade. Não um reality-show.
Apenas deixando a torcida se manifestar na transmissão da TNT/Esporte Interativo, ainda que de forma virulenta e não necessariamente correta.
Pedi para deixarmos as pessoas que nos viam entenderem o que o estádio gritava. Como muitas ruas urraram nas últimas décadas e nem sempre foram ouvidas.
Deixar o estádio falar como nunca berrou antes. Ou pior: nunca foi ouvido. Até porque não havia alternativa. Ou quando havia, era parceira de negócio.
Ninguém aumentou o volume. Apenas deixou o estádio se manifestar.
“Que deselegante”!
Não tenho dúvida. Peço perdão aos ouvidos mais sensíveis e sensatos. Aos colegas que eventualmente tenham se sentido atingidos como muitos outros perdem empregos e empresas quando práticas nocivas entram em campo.
Mas ao vivo é assim. Tanto quanto ter uma câmera na sua cabine mostrando o jogo aberto e democrático de uma transmissão no Allianz Parque, não na Arena Palmeiras.
Dizer o nome certo não é “naming right”. É dever de ofício.
Quem sabe faz ao vivo. E quem não gosta, edita.
Sem maquiagem. Apenas mostrando o que por décadas aconteceu. Mas muitas vezes nem isso se mostrava.
O real “reality-show” é esse.Não o pré-fabricado e pós-finalizado.
Hoje se tem imagem para tudo. Todos estamos expostos. Até por isso devemos expor ainda mais o que existe. E sempre ocorreu. Só não tinha imagem. E muito menos áudio.
Reiterando o que já falei vários vezes: o que se gritou não é o que penso. Como palmeirense e jornalista, quero que o clube e as Organizações Globo se acertem. Até porque o Palmeiras e todos os clubes já dependeram até demais da empresa. Contas que só fecharam pelas cotas globais.
Como concorrente, quero que ela se mantenha saudável como a concorrência.
Desde que concorrência, e não monopólio.
Desde que saudável, e não deletéria.
Como pessoa física que desde 10 de agosto de 1985 tem alguém do meu sangue recebendo dinheiro do grupo, lamento apenas que a esmagadora maioria da população pense assim.
Mas não por responsabilidade do povo que não é bobo.
O Brasileirão como você nunca viu”?Tem como discutir. Faz parte da comunicação de duas vias que propomos.
Mas como você nunca ouviu?
Tem tudo a ver. E ouvir.
A gente te ouve por aqui.