Hoje pode ter Lei do Ex com Barrios, de grande prestação na Copa do Brasil-15. E só. Mas eu fico olhando para o vácuo e os chutes nele, coloco a mão na boca pra recriminar os rivais que reclamam, ou imito que estou chorando contra o chororô alheio. .. E ainda não sei se o Mago é nosso ídolo.
Quem deve mesmo saber quem é ou não é ídolo é o torcedor. Idolatria é pessoal e subjetiva. Mas, no futebol, tem um quê de coletiva. Nem todo ídolo é craque. Nem todo craque é ídolo.
E tem o Valdivia. “Ídolo e craque” em período de vacas magras e porcos esquálidos. Essencial no SP-08 e na Copa do Brasil-12. Fundamental na manutenção na série A em 2014. Ainda assim um cara que amamos odiar e odiamos amar por tudo que nem sempre jogou, pôde jogar, ou parecia não estar nem aqui e muito menos lá na recuperação que mereceu bombar.
Na história do clube não conheço caso igual. Em outros clubes, também não.
De 2010 a 2015 ele só esteve disponível (não necessariamente disposto) em 44% dos jogos. Ausências por lesões infelizes e cartões ainda mais tristes. “Chinelo chileno” era maldade. Tanto quanto dizer que o jogo de despedida dele foi o da reestreia. Ele não merece. O Palmeiras, também não.
Muitas vezes foi um cara que quis jogo, mas o corpo não ajudou. Como, algumas vezes, ele não ajudou o corpo. E muito menos a alma.
O “âmago”, caro mago caríssimo.
Eu já desconfiei, amei, odiei, admirei o que fez, o que virou. Quis sua presença, desejei sua ausência, sonhei com a volta, tive pesadelo com meu pensamento. Queria ver suas partidas eternas, queria ver a sua partida definitiva do clube. Já quis ver Valdivia com a 10 nas costas, já quis ver Valdivia pelas costas, já dei de ombros, de costas.
Boa parte da torcida ainda está com ele, ainda que algumas vezes ele pareça não estar nem aí com a gente.
Valdivia é um cara diferente que não tem como ser indiferente. Ele cria e se cria. Cricri. Mas se for para tê-lo em campo, pode até não ser do nosso lado. Mas que não seja do outro.