Eu não quero parecer abusado. Mas eu sou muito importante para não aparecer em um belo vídeo de um minuto da CBF apresentando o Brasileirão de 2019. Tô na roda de muy amigos da mídia, tô no meio da família de todo mundo nesse país que já foi meu 10 vezes desde 1960 (palavra da própria CBF).
Jogo meu não é só dentro de campo do maior campeão desse campeonato. É um momento. É um lugar no tempo que pelo visto é mesmo dinheiro. Jogo meu passa onde eu quero. Com quem eu quero.
Lembra quando você foi na primeira vez no estádio? (Foi no Brasileiro de 1973, quando repetimos o título de 1972). Aquele jogo duro que foi decidido no finalzinho, quando assinamos contrato brigando contra tudo e contra os todo-poderosos? Ou aquela vitória de goleada contra a concorrência?
Eu faço parte da história de pais e filhos em volta da televisão que não pode ser só uma. Da galera da rua que pode escolher qual a sua transmissão de pensamento e emoção. Da turma da escola que sabe que é preciso ter direito de escolha. Dividindo uma cerveja no bar (APRECIE COM MODERAÇÃO) e uma cota de TV mais justa. A gente reunida no sofá escolhendo a melhor imagem e áudio e conteúdo, trocando mensagens no celular e se comunicando democraticamente.
Ou de pé ao seu lado na arquibancada que tem preço alto, mas valor impagável. Abraçando você quando o gol sair. Ou mais importante: quando a gente sai de campo sem vitória. Mas ganhando cada jogo só por ir a campo. Pra lutar. Jogar. Pra todo mundo ver. Todo mundo.
Cada lance, cada ídolo, cada título entram não só pra minha história que ninguém tem mais no Brasileiro. Mas pras histórias de todo mundo.
TODO MUNDO, CBF.
Ainda mais o atual campeão.
Ainda mais o maior campeão que não tem preço. Tem muito valor.
Eu sou o Campeonato Brasileiro. O que
foi Taça Brasil e foi Palmeiras em 1960 e 1967. O que foi Robertão e foi Verdão em 1967 e 1969. O que foi do maior campeão do Brasil em 1972-73, 193-94, 2016 e 2018.
Mas meus amigos de fato e de direito me chamam de Brasileirão. De todos os 20 clubes. Não apenas dos 9 que aparecem no clipe.
Eu sou o campeonato do brasileiro. E ele tem o dever de ser de todos. Não só dos que são parceiros de quem manda.
(Este texto é uma adaptação LIVRE do texto do CAMPEONATO NÃO TÃO BRASILEIRO do clipe oficial da competição)