Foto: Marcos Ribolli/ Globo Esporte
Há exatamente sete anos, Luiz Felipe Scolari terminava de escrever um dos roteiros de superação da carreira. Em seu terceiro ano no comando do Palmeiras, já na sua segunda passagem, o técnico conseguiu levar o Palmeiras ao título da Copa do Brasil mesmo com todos obstáculos financeiros que o clube atravessava.
Longe de sua casa, que estava literalmente se reerguendo, o palmeirense era praticamente um nômade. Pulava de estádio em estádio. Como um andarilho buscando abrigo em busca da recuperação de sua identidade.
Pra piorar, o seu maior rival conquistara uma semana antes a Copa Libertadores. Perder aquele título significaria ainda mais sofrimento para um povo que não gritava é campeão há quatro anos. De um título nacional há 12.
O adversário não poderia ser outro. O Coritiba, que um ano antes acachapou logo 6 gols em um Palmeiras combalido de Scolari, na mesma Copa do Brasil.
Cenário ideal para uma revanche. Mas será que ela viria mesmo? O craque e camisa 10 do time conseguiu ser expulso no primeiro jogo da final e não pôde jogar a volta.
Barcos, que fez uma campanha impecável, de repente sofreu uma apêndice, e também não pode jogar em nenhum dos jogos da final. Em seu lugar, entrou em cena um desconhecido que viraria um protagonista para sempre.
Tudo conspirava para que o bom time do Coritiba conseguisse reverter a boa vantagem construída pelo alviverde em São Paulo. Os 2 a 0 na Arena Barueri não refletiu o que foi a partida, que teve o goleiro Bruno como um dos melhores em campo.
Os paranaenses tinham um time melhor. Pela segunda vez consecutiva na final do torneio. Não havia dúvidas que a batalha no Couto Pereira teria que ser épica para terminar verde e branca com a festa do visitante.
E Felipão foi mais Felipão do que nunca. Colocou sua tropa em campo. Soube amarrar o adversário. E mesmo sofrendo um gol, teve tranquilidade para buscar o tento que estremeceria São Paulo e o setor dos visitantes do Couto.
Marcos Assunção, grande nome do Palmeiras na competição, colocou a bola na cabeça de Betinho, e o milagre se fez.
O Palmeiras era campeão da Copa do Brasil pela segunda vez. A quarta de Scolari, que já havia vencido com Criciúma, Grêmio e Palmeiras.
O palmeirense mal sabia o que lhe esperava depois que a festa e a bebedeira acabassem.
Mas o dia 11 de julho nunca mais será o mesmo para todos que viveram aquela batalha.
O dia em que Felipão foi mais Felipão do que nunca, ou seja, campeão contra tudo e contra todos.