Foto: César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Uma troca de técnicos tem de ser estimulada por uma mudança na base do trabalho que está sendo implementado, caso contrário a diretoria está apostando na vazia ideia da troca de nomes. Quando Roger Machado deixou o Palmeiras para Luiz Felipe Scolari assumir a equipe, essa ruptura aconteceu. Há quem diga que demissão e contratação de treinador não deve ser feita durante a temporada (e eu concordo), mas isso não impede que funcione, como foi com Aguirre no São Paulo e como está parecendo ser com Felipão no Palmeiras. Separei, portanto, três pontos importantes do trabalho realizado até agora para que você entenda o que está fazendo desse Palmeiras diferente daquele treinado pelo último comandante.
CONFIRA TRÊS MUDANÇAS NOTÁVEIS DA GESTÃO FELIPÃO:
DEFESA QUE NINGUÉM PASSA
O Palmeiras alcançou números muito positivos desde a saída de Roger Machado e a gestão de Luiz Felipe Scolari tem grande responsabilidade nisso, já que sua comissão esteve em campo em quatro dessas partidas. Em 44 jogos, o ex-treinador Roger só conseguiu uma sequência de cinco jogos sem sofrer gols no Paulistão, em março, contra São Paulo, Ituano, Novorizontino duas vezes e Santos. Nos últimos 13 jogos antes da pausa para a Copa do Mundo, por exemplo, o Palmeiras comandado por Roger Machado não conseguiu nem mesmo passar dois jogos seguidos sem sofrer gols. Um número maior de meio-campistas em campo é uma das explicações para a melhora.
O CENTROAVANTE É A REFERÊNCIA DO ATAQUE E DO TIME
Borja e Deyverson se tornaram peças centrais no novo estilo de jogo da equipe. A ruptura de ideias trouxe, por exemplo, a busca do time pela sua altura nas bolas brigadas pelo alto no campo de ataque quando o goleiro chuta o tiro de meta, assim como os laterais e meias também o procuram para realizar um pivô por baixo ou concluir um jogada pelo alto. Contra o Bahia, a equipe perdeu dois gols em chances criadas pelo alto com Deyverson, enquanto diante do Vasco, Martín Silva fez grande defesa em cabeçada do centroavante no 1º tempo e sofreu gol dele em cabeçada que veio depois da bola bater na trave em outro cabeceio de Hyoran. Por baixo, Borja fez no Paraguai o que se espera dele.
A AUSÊNCIA DE PONTAS E O AUMENTO DE MEIAS
Os pontas velocistas de Roger Machado não existem mais. A ideia de Felipão é ter meias pelos lados do campo, por isso Jean, Scarpa, Hyoran e Dudu estão surgindo nas escalações titulares jogando próximos dos meias e muitas vezes tabelando com os laterais de ofício. Com isso o Palmeiras ganha superioridade numérica na construção da sua jogada, aconteça ela pelo meio ou pelo lado do campo. Tanto que os meio-campistas se aproximam da lateral onde a bola está para ampliar ainda mais o número de opções de passe.