Transmissão isenta de televisão elogia time que não perde no Brasileirão há 31 jogos (16 deles clássicos, e em 15 com equipes alternativas), só ganha como mandante há 17 partidas no torneio, só tomou 9 gols desde janeiro, e pontua como pontua demais o Palmeiras a equipe que enfim não está só ganhando pontos, mas também
jogando bem para o nível do futebol que aqui se pratica. Transmissão clubista fala que o treinador é ultrapassado, que o time só faz gol de lateral, que patrocinador compra tudo, e que é preciso fair-play nas contas. Clubista não é quem sempre assume o clube pelo qual torce e não apenas quando não consegue mais esconder. Clubista é quem distorce contra quem não gosta e se diz isento “de verdade” (SIC). De tanta marretada e marra, má parte da imprensa não consegue mais elogiar o que merece elogio. Nestes tristes trópicos distópicos, onde impera a intolerância bastarda da ignorância também de gente estudada que “fala o que pensa” (e que por tabela não pensa no que fala), a briga de foice e de coice por índices de audiência que se importam mais com os índices do que com a audiência faz péssimo jornalismo e ainda pior comunicação. Prefere o embate ao debate. Bloqueia o contraditório. Enxerga em qualquer elogio esquema ou amizade. E não se enxerga de que ser crítico contumaz não significa ser ranzinza e com raiva. Faz mal à saúde e ao saber. A mídia sem modos que prefere a pá de cal desalmada em tudo à paz armada no caos de todos. Não e dourar a pílula. É não chumbar o remédio. Não é passar o pano. É não passar o ferro. Não é fazer média. E não desfazer a mídia. O jornalista precisa buscar a melhor versão possível dos fatos, e não se achar o posseiro da “verdade” (SIC). O jornalismo precisa mesmo subir em cima do muro para ver os vários lados da questão. E não apenas falar pro seu eleitorado. Mano Brown deu a letra no ano passado. Precisamos buscar nossas bases, manos. E as outras também, bravos. Não está tudo errado no mundo. Mas está com quem só vê o que tem de ruim. Jornalismo só é oposição em piada do Millor. Aforismo que gente que está por fora leva como lei.
