Foi a melhor partida do Palmeiras com Felipão desde o retorno em 2018. Como os times de 2010 a 2012 dele não eram grande coisa pela falta do que hoje sobra no elenco, talvez desde 2000 o Palmeiras de Scolari não fizesse o que fez contra o Santos em jornada infeliz de Sampaoli e do time dele.
Com apenas 36% da bola, mas a trabalhando com intensidade, vigor, técnica, dinâmica e vontade, o Palmeiras teve 10 chances de gol contra apenas 4 de um Santos que não teve contundência, qualidade, atenção, sorte e Rodrygo por escolhas infelizes do treinador. Por mais que o tornozelo do raio doesse, pior foi ver o rival jogar como se não houvesse adversário. Santos que até melhorou na segunda etapa. Apesar das insípidas e incipientes mexidas de um senhor treinador de uma equipe que teve grandes partidas em 2019 – e também graves derrotas.
Sampaoli optou por seu time mais precavido no Pacaembu que foi mesmo do Palmeiras. Lucas Veríssimo como lateral-direito o jogo todo sem conter Zé Rafael inspirado, Felipe Jonathan mal na contenção a Dudu em sua melhor versão em 2019, Alisson não encontrando Veiga em ótima noite, Jean Lucas dando espaço a Bruno Henrique, Pituca apagado, Sánchez sem se achar aberto pela direita, Soteldo bem marcado por Marcos Rocha e sem acompanhar o avanço do palmeirense, e Derlis de novo mal depois da lesão.
Felipe Melo novamente imperial na frente dos irrepreensíveis Luan e Gómez que juntos não levam gol há quase mil minutos. De um time melhor como tem jogado muito Weverton. De um Palmeiras que merece todos os elogios que antes não vinha recebendo também por dever bola pelo elenco que tem.
(E quando se diz que foi a melhor partida com Felipão, tanto é elogio quanto crítica. Não é torcida. Apenas constatação).
Só é inaceitável (da minha parte) dizer que na transmissão da TNT se torceu pelo Palmeiras ou se distorceu contra o Santos. Quando um time chega a 28 jogos sem derrota (15 dessas partidas com times alternativos, e 15 desses jogos sendo clássicos), quando faz 4 a 0 com propriedade em time que joga bonito mas que perdeu feio, quando consegue 15 vitórias seguidas como mandante, e sem talentos como Scarpa, Goulart e Willian, o elogio é obrigatório como era a cobrança pelo desempenho que hoje foi compatível.
Absurdo é quando se quer o pescoço de Felipão ou se quer enxergar mofo na cabeça dele.
Não é a Academia 3.0. Mas jogou como grande. Como o Santos que hoje perdeu foi muito mal. E tem potencial para jogar muito mais.