O Palmeiras errou na grandiloquência que adotou este ano. O que é diferente de grandeza, grandiosidade. A insistência com Cuca, com toda a negação dele no ano passado, se foi verdadeira, foi equivocada. Ali, naquele momento, com o desejo do treinador campeão de ir embora por motivos pessoais, era hora de só agradecer. Uma vez isso feito, pensar grande como é o Palmeiras que não é feito de um homem ou treinador só.
A escolha de Eduardo é cheia de mistérios ou de avaliações e comportamentos equivocados. A volta de Cuca este ano para preencher a lacuna de salvador foi tratar o futebol como ciência exata. Não é.
Foi no estilo recente do Palmeiras milionário, o que não é um defeito, que o simplismo pareceu uma estratégia acertada: eu tenho dinheiro, pago e faço o fácil que é apostar no passado que deu certo, sem as mesmas certezas porque o futuro é previsível, não certeiro. Não há certezas.
Deu no que deu. Mas isso é detalhe, como um gol. É um detalhe que faz muita diferença.
Há planos que dão certo, mais bem feitos e com um ingrediente de sorte. Há outros planejamentos deficientes, sem muita sorte, que dão errado.
Eu tenho pra mim que o que aconteceu com o Palmeiras foi um misto das duas coisas acima. Mais para o segundo. Mas fato é que deu errado. Pronto. Agora é planejar, pensar de forma estratégica e não abrir os cofres só por abrir. Isso é grandiloquência, não grandiosidade em planejamento.
Mas nada foi trágico. Dar ares de tragédia à campanha de 2017 até aqui seria um exagero mais tolo que os erros ou falta de sorte que vitimaram o time neste ano e um desperdício do esforço que pode classificar o time à Libertadores.
Perder tempo analisando tragédia consome tempo, gasta energia, traz insegurança. O antídoto pra esse veneno que faz perder tempo é olhar o problema, assumir o que aconteceu e olhar pra frente. Porque o tempo vai avançar.
Isso é certo.
Por Adalberto Piotto