Foto: Instragram de Ricardo Goulart
Ricardo Goulart é um sonho antigo do Palmeiras, que está tentando torná-lo realidade ainda nessa temporada. A conversa para que o negócio se concretize já acontece há mais de um ano, tendo em vista que Alexandre Mattos tem ótima relação com o atacante desde os tempos em que trabalharam juntos no Cruzeiro. No meio do ano, após a chegada de Felipão, a aproximação se intensificou, já que ele era o treinador de Goulart no Guangzhou Evergrande.
Parte dessa aproximação envolveu a visita do jogador ao Centro de Excelência da Academia de Futebol do Palmeiras, em novembro, quando procurava um local no Brasil para realizar sua recuperação. Essa aproximação resultou em negociação que já se encerrou com o jogador. Entre Palmeiras e atacante, acordo apalavrado e bases contratuais acertadas, porém nada foi para o papel, já que Ricardo Goulart ainda tem vínculo de mais um ano com o Guangzhou e o acerto com a equipe chinesa é o problema.
NEGÓCIO DA CHINA
O impasse maior envolve o planejamento dos chineses para a próxima temporada. Depois que Canavarro assumiu o comando da equipe, Ricardo Goulart passou a atuar mais como centroavante da equipe, o que trouxe uma queda ao rendimento padrão do brasileiro. Sob o comando de Felipão, Ricardo Goulart aparecia muito mais atrás do centroavante, fora até mesmo da grande área. Ainda que apresentando rendimento abaixo do esperado, Goulart é considerado um dos grandes jogadores do futebol local desde que chegou e, por isso, negociá-lo é assunto delicado.
Outro detalhe envolve a folha de pagamento dos chineses. Nesse momento, há uma determinação de que é possível gastar apenas 60% da receita com salários do elenco, independente da distribuição que seja feita, ou seja, não há um limite individual desde que a soma total não ultrapasse os 60%. O salário de Ricardo Goulart é alto e uma negociação poderia aliviar a folha para que outras contratações fossem feitas.
O terceiro detalhe desse negócio da China está no limite de estrangeiros para cada clube. De acordo com o regulamento, cinco estrangeiros podem figurar no elenco, mas apenas quatro podem ser inscritos na liga, enquanto somente três podem estar em campo juntos. O Guangzhou conta, nesse momento, com o meia Paulinho e os atacantes Alan, Talisca e Goulart. No início de dezembro de 2018, o clube chinês tentou contratar o meia Thiago Mendes, que ocuparia a vaga do atacante Alan, que no próximo dia 19 de janeiro, quando seu contrato se encerra, vai para o Galatasaray. A transação não se concretizou e a bola da vez é Malcom, do Barcelona. De acordo com o site Goal.com, a investida é de 50 milhões de euros pelo jovem talento.
Caso a negociação se concretize e Goulart não deixe o clube, o técnico Cannavaro teria obrigatoriamente de deixar um dos brasileiros fora até do banco de reservas em todas as partidas da Superliga Chinesa de 2019. O tamanho da bolada por Malcom demonstra que a equipe não está atrás de um estrangeiro coadjuvante como era Alan. Mais um indício de que Ricardo Goulart, o estrangeiro que está há mais tempo no clube, pode estar de saída, já que Talisca e Paulinho foram contratados recentemente.
SITUAÇÃO DOS PRIMEIROS DIAS DE 2019
Já surgiram rumores na China de que Ricardo Goulart e sua família estariam dispostos a se manter no país diante de uma renovação contratual com valorização salarial. Em compensação, a informação que corre no Brasil é de que o atacante e seus familiares querem voltar ao país de origem e aceitariam uma redução salarial para que ele pudesse jogar no Palmeiras.
Como você leu até aqui, o planejamento da equipe chinesa em termos de folha salarial, elenco e impacto da negociação de um ídolo será ponto fundamental para entender qual o caminho de Goulart em 2019. A pré-temporada tem início no dia 07 de janeiro. A Superliga Chinesa de 2018 começou no início de março e a temporada desse ano deve ter início no mesmo período, assim como a fase de grupos da Champions League, na qual o Guangzhou estreia no dia 05 de março. Até lá, Goulart e os chineses precisam decidir como será a temporada.