Desde março de 1942, o Palestra não era mais Italia, pelo clima bélico do Brasil contra o Eixo. Em 13 de setembro de 1942, há inexatos 75 anos, o renomeado Palestra de São Paulo jogava pela última vez como Palestra. Na noite seguinte seria rebatizado como Palmeiras por conta do estado de beligerância contra o Eixo, e por ação de intolerantes tão radicais e ignorantes como os ditadores de todos os lados da época. Morreria líder do Paulista o Palestra, nasceria campeão estadual em 1942 o Palmeiras no domingo seguinte, na vitória por 3 a 1 contra o São Paulo, que deixou o clássico quando foi marcado um pênalti para o ex-Palestra, o neo-Palmeiras.
Na última partida com o antigo nome, em Santos, os torcedores palestrinos tinham de pedir autorização para sair da capital. Normalmente era negada pelas autoridades policiais e autoritárias. Os italianos e descendentes, ou mesmo os simpatizantes do Palestra, eram palestrinos non gratos pelo poder da ditadura Vargas. Os alviverdes que viram a vitória por 1 a 0 contra a Portuguesa de Santos, no Ulrico Mursa, eram os muitos torcedores da Baixada. Segundo “O Estado de S.Paulo”, o público era “numeroso, mas não chegou a encher o estádio”.
Eles viram o campeão de 1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936 e 1940 ganhar por 1 a 0. Gol de um craque e ídolo em final de carreira. O imenso Príncipe Palestrino Romeu Pelicciari, que havia voltado do Fluminense para pendurar logo depois as chuteiras brilhantes. Aquelas que segundo Tim, seu companheiro de Tricolor e Seleção Brasileira, “passavam meses sem errar um passe. O Romeu que fez metade dos gols do 8 a 0 contra o Corinthians, no Palestra, no Paulista de 1933.
O Romeu que marcou o último gol do NOSSO PALESTRA, em bela jogada individual.
Na última partida do NOSSO PALESTRA, a nossa mais bela ideia coletiva.
A última vitória do NOSSO PALESTRA, a nossa vida.
Já se sabia que o clube teria de mudar de nome no dia seguinte. Quando parte do elenco chorou quando soube. Quando todos juraram vingança e honra na vitória seguinte.
Mudamos de nome. Mas não de ideal. Muito menos de essência.
Voltamos de Santos com a vitória que encaminhou mais um título.
Precisamos voltar mais vezes a louvar a nossa origem.
Como naquela noite de domingo o caminho para a capital foi o último daquela história iniciada em 26 de agosto de 1914.
Um dos deveres e prazeres de ofício do NOSSO PALESTRA.
Árbitro: João Etzel.
Renda: 19:023$000.
PALESTRA DE SÃO PAULO: Oberdan; Junqueira e Begliomini; Zezé Procópio, Og Moreira e Del Nero; Cláudio, Waldemar Fiúme, Cabeção, Romeu Pellicciari e Lima. Técnico: Del Debbio
Gol: Romeu Pellicciari, 37 do 2º