Um jogaço. Dos melhores de um péssimo campeonato. A melhor partida do Palmeiras em 2017. A melhor sequência de atuações alviverdes desde o turno de 2016. Contra um Cruzeiro campeão da Copa do Brasil, criou enormes 19 oportunidades de gol – incluído o gol mal anulado de Borja, em falta discutível em Manoel, aos 39. O momento Obina-09 de Heber Roberto Lopes.
O Cruzeiro teve um só lance no primeiro tempo. Juninho em vez de usar a canhota em cruzamento resolveu canelar com o pé cego. 1 a 0 Cruzeiro. Mano mais uma vez plantou demais o seu time atrás depois da vantagem. Chamou o Palmeiras que, em sete minutos, a partir dos 32, teve seis chances, entre elas o gol de Borja, aos 34, depois de canelar várias vezes em muitos momentos que ele desperdiçou.
Na volta para o segundo tempo, o Cruzeiro enfim jogou como sabe e como pode. Não abdicou do contragolpe e chegou ao 2 a 1, aos 19, no primeiro lance de Robinho, e, para variar, por cobertura (e, pra variar, em infelicidade de Juninho). O Palmeiras se desarticulou e o Cruzeiro poderia ter ampliado.
Valentim respondeu com Róger Guedes na ponta-direita, recuando Moisés para articular com Tchê Tchê, com Dudu por dentro, e Keno (muito bem em todo o jogo) pela esquerda. Aos 39, Borja foi o de 2016 (como o Palmeiras de Valentim tem sido) e aproveitou cruzamento de Dudu, na desatenção celeste depois de lateral – e num raro lance em que Fábio não foi espetacular, e Digão e Manoel, dessa vez, não conseguiram evitar o empate injusto pelo erro de arbitragem (discutível). Como teve um pênalti de televisão em Keno, que só o adicional assistente poderia ter visto, aos 18.
O Corinthians pode e deve celebrar a vantagem ainda muito grande. Com o empate, ainda depende só dele. O Palmeiras é obrigado a torcer contra o líder. O palmeirense pode e deve lamentar o empate. Mas o desempenho ainda dá esperança onde há duas rodadas só havia delírio.