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Obrigado por ser nosso ídolo, Dudu

Obrigado por ser nosso ídolo, Dudu

(Foto: Marcelo Brandão/Click Parmera)

Obrigado, Dudu. Obrigado por ter vindo quando quase ninguém queria vir. Obrigado por ter driblado toda desconfiança que o palmeirense enfrentava. E driblado os adversários que nas suas canelas enxergavam a chance de ganhar a bola. Obrigado por não aceitar outras propostas para dar a vida no Allianz Parque. Obrigado pela voz fina falando forte. Obrigado pelas comemorações com o chapéu.

Valeu, Dudu. Valeu por ser a sete que já foi de Edmundo. 2016 foi sete. 2018 será sete. Sete como você sempre será. Não na nota, mas na história. Na alma verde. No uniforme do maior ídolo da atualidade. Valeu, Dudu. Por ser o alicerce de Cuca lá atrás. O complemento de Prass quando ele impediu. De Moisés quando ele organizou. E de Gabriel Jesus quando finalizou. Dudu é suporte, base, apoio. E brilho. Sonho cumprido. Ou quase.

Você ficou quando a China veio te buscar. Quando a Europa abriu os olhos. Você até admitiu a vontade de sair, mas ficou quando Felipão chegou e resolveu te abraçar. Você é filho de quem é um pouco pai de todo palmeirense. Adotivo, talvez. Que ele criou no Grêmio. E reencontrou no alviverde. É o corte para dentro, a finta para fora, o chute contra quem quer tirar pontos de quem mais ganhou no Brasileirão. O título é questão de tempo. O adeus também. Nós sabemos. Muita gente chorou hoje.

Mas não é o choro de quem caiu de novo em 2012. De quem perdeu a esperança com tudo em 2014. Não é o choro de quem – lá atrás – não se conformava com o rebaixamento de 2002. Que xingou meio mundo meia boca. É um choro de alivio. De felicidade. De quem começou a ver luz no fim do túnel quando Alexandre Mattos anunciou a contratação de um disputado atacante, num domingo de sol. Corinthians e São Paulo queriam. O Palmeiras trouxe. O Palmeiras que se reconstruía depois de uma temporada devastadora. Desastrosa.

São longos três anos. Ninguém fica tanto no Brasil jogando o que você tem jogado. Está acabando, Dudu. Nós sabemos. São esticados três anos em um país que perde suas peças ainda na maternidade. São eternos três anos que te deram idolatria, coro da torcida e gritos de campeão. Você pode sair. Vestir outra camisa. Encarar novo desafio. Pode aceitar novo emprego, aprender outro idioma, seguir sua vida longe daqui. E sempre será ídolo. O sete que as crianças querem ser amanhã.

Eles querem ser você, Dudu. Querem ser quem arrisca de longe e acerta o ângulo. E querem ser a cobertura diante do São Paulo. A pancada contra o Colo-Colo. A faixa de Cuca. Querem ser sua coragem. Sua velocidade. Seu jeito de encarar o peso dessa camisa. Eles querem vestir. E querem ganhar. Querem vestir e ganhar como você. O maior ídolo dessa molecada.

Amanhã você pode sair. Vestir outro manto, calçar nova chuteira, recomeçar de alguma forma. Você pode e deve mesmo acabar seguindo outro rumo em 2019. Mas saiba, Dudu: você é o espelho da criançada que hoje veste verde. E é o espelho de quem chorava e passou a sorrir te vendo no reflexo. Você é a cara do Palmeiras. E sua imagem ficará estampada no título de 2018. Para sempre.

Feliz é o time que tem a esperança como cor. E Dudu como símbolo de esperança.