A temporada de 2021 do Palmeiras Feminino foi histórica. A equipe, apesar do desempenho ruim no campeonato paulista, fez história no Brasileirão, chegando à Libertadores pela primeira vez, assim como à final do torneio nacional. A torcida, então, esperava coisas grandes para 2022, mas o planejamento, além de ir contra o que foi anunciado pelo clube, é extremamente questionável.
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Em entrevista coletiva concedida após a eliminação no Campeonato Paulista, o diretor executivo da modalidade, Alberto Simão, tentou explicar quais seriam os movimentos do Palmeiras para planejar 2022. Um dos principais pontos mencionados foi o uso da base, afirmando que investimentos seriam feitos. Porém, não é isso que se observa.
– Existe um ‘gap’ muito grande na questão de formação. Hoje, viemos para o jogo com seis atletas da base, que não têm minutagem suficiente. É o DNA do Palmeiras, é formação. Vamos continuar investindo nisso. Aguardamos a CBF soltar o calendário. O Palmeiras está se estruturando, está no nosso planejamento fazer um investimento maior nas categorias de base. Precisamos de um número maior de atletas maduras. Vamos enfrentar uma Libertadores. Precisamos de um elenco rodado, de mais opções para mudar uma partida. Hoje ficou claro. Começamos bem, fizemos 2 a 0 e tomamos uma virada. Faltou elenco para a gente. Ficamos sem quatro atletas importantes hoje.
Apesar da promessa de foco na base, a realidade é bem diferente. Afinal, o técnico contratado para comandar as Palestrininhas foi escolhido como o substituto de Ricardo Belli na equipe profissional. Com isso, o time Sub-16 que disputou a Liga de Desenvolvimento Feminina foi comandado pelo preparador de goleiros, denotando o descaso do clube pela categoria.
Além disso, Alberto afirmou que não existiria uma grande reformulação no elenco para a disputa da Libertadores, apesar de reiterar, em diferentes momentos, que o elenco palmeirense precisava ser reforçado. Porém, o que é observado são muitas saídas e poucas chegadas, incluindo nomes que eram utilizados com frequência em 2021, como Maria Alves e Rafa Andrade.
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A única contratação até o momento é de Bia Zaneratto que, sem dúvida, é a principal para o ano. Isso, contudo, não é suficiente para tornar o time vitorioso, muito menos competitivo. E tampouco é suficiente para amenizar os erros da diretoria e o descumprimento daquilo que foi prometido anteriormente.
Relativamente às jogadoras que ainda estão no elenco, a questão contratual é outra questão na qual o clube peca. Alberto afirmou que, se ele oferecer vínculos mais longos que uma temporada, as atletas se acomodam. Isso, além de não ser verdadeiro, faz com que o clube esteja sujeito às grandes reformulações e, também, desprotegido no início do ano.
Júlia Bianchi, melhor jogadora do Brasil em 2020 e melhor volante em 2021 ainda não teve seu contrato renovado, podendo assinar com outra equipe tranquilamente. A saída da atleta seria a maior perda que o time poderia ter, ficando sem a responsável por tudo o que acontece do meio-campo para frente.
Fica, então, evidente que o planejamento da equipe é falho, e que as promessas feitas pela diretoria não serão concretizadas. Coisa ‘para inglês ver’. Com uma Libertadores pela frente e um projeto que tinha tudo para se consolidar como um dos principais do país.
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