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Opinião: Há razões para acreditar no 'pôjeto' de Vanderlei Luxemburgo?

Apesar de longa séria invicta, Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo apresenta um futebol aquém do prometido

Vanderlei Luxemburgo durante partida contra o Red Bull Bragantino (Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras)
Vanderlei Luxemburgo durante partida contra o Red Bull Bragantino (Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras)

– O Palmeiras, pela grandeza que tem e vai continuar tendo na elite do futebol sul-americano e mundial, é para brigar por títulos. As competições estão aí para nós – afirmou Vanderlei Luxemburgo no dia 15 de dezembro de 2019, quando foi confirmado no comando técnico do Verdão.

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Junto a essa promessa, Luxemburgo destacou a necessidade do Palmeiras “entrar para ganhar”, corroborando com a frase dita pelo presidente Maurício Galiotte após a derrota para o Flamengo por 3 a 1, que culminou na demissão do técnico Mano Menezes. 

– O futebol está passando por um processo de mudanças, e o Palmeiras precisa acompanhar essas mudanças – afirmou o mandatário na oportunidade. 

No entanto, na prática, apenas um torcedor deveras otimista é capaz de enxergar uma perspectiva clara de mudança na filosofia de jogo do Palmeiras. 

A conquista da Florida Cup e as goleadas diante de Ituano e Oeste, em partidas válidas pelo Paulistão, mascararam atuações muito aquém das expectativas contra concorrentes diretos na briga pelo título brasileiro.

Vanderlei Luxemburgo soma mais de 400 vitórias à frente do Palmeiras (Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras)

Até porque, levando em consideração o Campeonato Brasileiro e Paulista, o Palmeiras somou apenas 23 dos 54 pontos disputados contra equipes da primeira divisão, ou seja, um aproveitamento de 43%. São quatro vitórias, duas derrotas e 12 empates.

Um dos argumentos para quem defende a necessidade de insistir no “pôjeto” de  Luxemburgo é que o Palmeiras está invicto na sua maior obsessão, a Libertadores. Contudo, é preciso levar em consideração os adversários em questão: Tigre, da segunda divisão Argentina, o desorganizado Guaraní, do Paraguai, e o Bolívar, que depende muito da altitude de La Paz.

Seria injusto não citar a paralisação como um fator a favor da permanência de  Vanderlei Luxemburgo. O contraponto é que, apesar dos mais de 100 dias sem treinamentos específicos, a postura tática da equipe está longe do prometido. 

De acordo com um levantamento do SofaScore, o Palmeiras é o quinto pior time do Campeonato Brasileiro em “chances criadas”. Não bastasse a falta de criatividade, os comandados de Luxa estão na décima colocação nos quesito “finalizações certas”.  

“Mas conquistamos o Paulistão depois de 12 anos! Deixa o Luxa trabalhar”, argumentaria o simpatizante do professor. De fato, o Palmeiras encerrou o jejum e sagrou-se campeão em cima do maior rival. O questionamento, no entanto, é  simples: seria essa mais uma máscara para o péssimo futebol apresentado? 

Assim como prometido por Luxemburgo no seu primeiro contato com a torcida no  ano passado, o Verdão “brigou” pelo título. À parte do primeiro tempo contra o Corinthians, na Arena de Itaquera, ainda na fase de grupos do Paulista, o Alviverde pouco se mostrou imponente dentro de campo. 

Para se ter uma ideia, em ambas as partidas decisivas do Paulistão, o Palmeiras combinou para 41% de posse de bola e apenas quatro chutes em direção ao gol. Isso porque, do “Rock n’ Roll” prometido por Tiago Nunes, o Corinthians só praticava o bate cabeça.

Diante disso e da teimosia em escalar jogadores fora da sua posição de origem, como é o caso de Gabriel Menino, por exemplo, a relação entre Luxemburgo e a torcida se desgasta.

Depois de assistir ao Flamengo de Jorge Jesus e ao Santos de Sampaoli no ano passado, o palmeirense não está satisfeito em ver seu time apenas “brigar” dentro de campo. Dado que o Atlético-MG, que anunciou Sampaoli em março de 2020, já faz seus adversários se digladiarem e lidera o Brasileirão.

O apaixonado torcedor alviverde ainda não se esqueceu da promessa de Galiotte por um futebol vistoso, leve e bonito de assistir.

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