O Palmeiras foi campeão paulista com muitos méritos, mas a conquista não esconde as preocupações acerca do futuro. Não em relação ao futebol jogado ou capacidade individual/coletiva desta equipe, mas sim as dificuldades físicas impostas pelo futebol brasileiro. O elenco já estava desfalcado, e agora os dois principais jogadores do setor ofensivo também se lesionaram.

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Num futebol tão exigente como o brasileiro, ter jogadores à disposição é uma dádiva para os treinadores. Abel, agora, não poderá contar com Atuesta, Rony, Veiga, Tabata, Mayke e Piquerez. São três titulares e três reservas que poderiam ser úteis ao longo do ano.

Sem Veiga, Tabata seria o substituto imediato. Sem os dois, Atuesta entra para jogo. Sem os três… a comissão técnica precisa encontrar uma solução. No jogo de domingo (9), Fabinho ocupou o meio-campo, e pode ser o escolhido por estar em boa fase, mas o Palmeiras perde demais em produção ofensiva com a Cria da Academia no lugar do camisa 23.

O ataque preocupa menos. Apesar do desfalque do artilheiro por mais de um mês, Endrick assume a posição tranquilamente. Sobra uma vaga, disputada por Giovani – destaque no Paulistão -, Artur – principal contratação para o ano – e Flaco López – vive boa fase. Setor bem tranquilo. Assim como a defesa, que tem Vanderlan consistente na lateral.

Mesmo assim, as lesões preocupam e devem preocupar o Palmeiras. Ano passado, o elenco era curto. Para este, diminuiu ainda mais, apesar da chegada de muitos jovens da base. Foram apenas duas contratações – Artur e Richard Ríos. Um volante e um ponta. Para armar o jogo, por exemplo, não sobre ninguém na ausência de Veiga.

No calendário nacional, isso pode ser desastroso. Em abril, serão nove jogos. Em maio, o número pode se repetir. Assim, um atleta que fique indisponível por dois meses – que, convenhamos, não deveria ser tanto tempo assim – pode perder até 18 jogos. 18. DEZOITO! É o equivalente a um turno do Brasileirão fora.

Rony perderá boa parte destas partidas. Tabata e Veiga não se sabe. Atuesta, apenas para o final da temporada. E Abel vai encontrando uma nova dor de cabeça. O treinador terá de gerir bem a energia do elenco – como fez em anos anteriores – para evitar que este problema se agrave. Porque hoje já é alarmante.

As lesões dificultam o trabalho. Mas o trabalho é bem feito e pode contorná-las. O português já mostrou isso em outras oportunidades. É esperar e torcer pelo melhor.