Emprestar jovens atletas é uma prática comum no mundo do futebol, e o Palmeiras não é exceção nesse sentido. Nesta temporada, caso o empréstimo de Pedro Lima ao Acadêmico de Vizeu-POR seja consolidado, será o quarto atleta campeão da última Copa São Paulo de Futebol Júnior, cedido para outras equipes.
Conheça o canal do Nosso Palestra no Youtube! Clique aqui.
Siga o Nosso Palestra no Twitter e no Instagram / Ouça o NPCast!
Conheça e comente no Fórum do Nosso Palestra
No entanto, é preciso questionar a eficácia e o propósito desses empréstimos, especialmente quando se trata de jogadores promissores. Além de Pedro, que irá atuar na segunda divisão do Campeonato Português, o capitão da última conquista nacional, Henri, está no North Texas-EUA, da Liga Universitária Americana, enquanto o artilheiro da competição, Ruan Ribeiro, está no Valmeria, da Letónia e o atacante Vitinho no Valerenga IF, da Noruega. Até qual ponto essas ligas oferecem competitividade e evolução?
A política de emprestar jogadores nesses moldes, ou seja, em ligas periféricas, pode ter impactos negativos tanto para o clube quanto para os próprios atletas. Além de toda a parte de adaptação em países como Letônia ou Noruega, culturalmente distintos do Brasil, a baixa competitividade das ligas abre pouco espaço para a maturação os jovens, que poderiam outrora retornar ao Brasil. Assim, fecham-se mercados atrativos para os atletas.
VEJA NO NOSSO PALESTRA
Kevin fala sobre sua idolatria por Dudu
Hoje, o campeonato Letão tem apenas um jogador com valor de mercado acima de € 1 milhão e 200 mil, enquanto a segunda liga portuguesa os atletas mais valiosos não passam dos € 2 milhões, segundo o Transfermarket. A título de comparação, somente Marcos Rocha (€ 1 milhão) e Marcelo Lomba (€ 500 mil) ficam abaixo dos mais bem avaliados da liga onde Vitinho visa evoluir.
É verdade que a leva de empréstimos ‘periféricos’ pode ser visto como uma estratégia de curto prazo para aliviar problemas financeiros do clube, uma vez que todos são acompanhados de valores de compra fixados. Mas, a questão pode evoluir para um problema futuro. Em ligas de menor expressão, os vínculos de empréstimos podem resultar em uma falta de amadurecimento adequado dos atletas, e caso não sejam comprados, ficar ‘inúteis’ ao mercado.
Além disso, os empréstimos frequentes também podem prejudicar a identidade e a consistência do time. Ao não dar oportunidades para que esses jovens talentos se estabeleçam no elenco principal, o Palmeiras corre o risco de perder a oportunidade de criar uma base sólida de jogadores oriundos de sua própria formação, enfraquecendo a conexão entre os torcedores e o time.
O Palmeiras, base mais vitoriosa do Brasil e detentora dos sete últimos campeonatos nacionais nas categorias de base, parece ficar perdida na transição dos jovens ao profissional. Se com Abel Ferreira atletas que estão hoje nas categorias de base não possuem prognostico para atuarem – até pela baixa média de idade do clube que já soma 13 Crias da Academia no plantel – os empréstimos são ‘aleatórios’ e pouco eficazes.
Casos diferentes de outros clubes. O Flamengo, por exemplo, colocou Matheus Gonçalves para disputar o Campeonato Brasileiro pelo Red Bull Bragantino. Matheus e Pedro são dois atletas que passaram por todas as categorias da Seleção Brasileira de Base, mas seguem rumos distintos em empréstimos. Fica a reflexão e o desejo de sucesso para Pedro Lima na segunda divisão de Portugal.