Em duas semanas, o ano acabou. Essa é a reação imediata e natural logo após as doloridas eliminações para Flamengo e Botafogo nas copas. Passada a ressaca, é hora de recolher os cacos, lamber as feridas e entender que ainda há muito pelo o que jogar em 2024. Um tri brasileiro consecutivo seria um feito gigantesco, do tamanho da era que vive o clube.
É verdade que saímos da ‘sequência mortal’ fora de dois torneios importantes, a cinco pontos da liderança do Brasileirão e ainda aplaudindo a equipe após as quedas dentro de casa. Concordando ou discordando da atitude da maioria, algum motivo existe por trás disso. Pode ser que falte tática ou até técnica no Verde de 2024, mas vontade há de sobra, inegavelmente. Não quer dizer que baste, mas vale muita coisa.
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“Eu só quero que venham jogadores que honrem a camisa e lutem sem parar”. Nunca se viu no futebol brasileiro um elenco com essa fome de títulos. Os caras já ganharam tudo e ficaram a um detalhe do VAR ou a um travessão de mais uma virada histórica. Parir do além três gols em oito minutos como se fosse normal contra um adversário que passa longe de ser qualquer coisa.
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Não devemos fechar os olhos para os evidentes problemas da temporada e na hora da raiva todos temos o direito de xingar, mas não contem comigo para esculachar esse elenco e essa comissão técnica de cabeça fria. Eu, que cresci vendo os rivais ganhando tudo e tive que esperar 18 anos para ser feliz com meu time, só consigo dizer obrigado.
Nunca vão me convencer que um título de Brasileirão é prêmio de consolação. Em 2018, ficamos ofendidos com toda a razão do mundo. Não há motivos para agirmos de outra forma em 2024. Diria até que é mais difícil ganhar o nacional do que as copas. Imagina ter a chance de ter 13 dessas taças.
Pode ser que a era dourada tenha acabado. Se for o caso, foi um privilégio do cacete ter visto e vivido tudo. Se ainda houver algo para dar – e eu acho que há -, vamos pelo tri para adicionar mais páginas ao livro mais bonito já escrito no Brasil.
Editor
Jornalista formado pela PUC-SP e palmeirense desde o nascimento há 27 anos. No Nosso Palestra desde 2020 e privilegiado por trabalhar com o que mais ama. Corneteiro de marca maior, mas sempre querendo o melhor para o clube.
