Meu maior Derby: decisão do SP-93, 4 a 0 Palmeiras (3 x 0 no tempo normal, 1 x 0 na prorrogação, em 12 de janeiro de 1993, "O Dia da Paixão Palmeirense" (meu primeiro documentário, codirigido com Jaime Queiroz). Também o jogo da minha vida.
A maior atuação palmeirense: como eu não tinha nascido nos 8 x 0 para o Palestra no jogo que valeu tanto para a campanha do bi paulista em 1933 quanto para o primeiro Rio-São Paulo, também fico com os 4 a 0 de 1993.
O gol que mais celebrei em Derby: em 1993 já comentava na Rádio Gazeta. Poderia ter sido o de Zinho, o primeiro. O de Evair, o quarto, de pênalti. Fico com o gol que de fato não consegui celebrar por falta de ar: semifinal do SP-86, Mirandinha, aos 42 do segundo tempo. Acabou 1 a 0 no tempo normal. Mais 2 a 0 na prorrogação.
A derrota mais dolorida: 1 x 0 Corinthians, jogo de volta da semifinal do SP-79. Vicente Matheus melara a fase anterior e o Paulistão foi adiado para ser decidido em fevereiro de 1980. Sem o craque Jorginho em Toulon, sem o mesmo ritmo do timaço que levou Telê à Seleção, Biro-Biro fez de canela o gol que eliminou o time que tinha vencido os três turnos do SP-79. E nem pra final foi… Foi o gol contrário que mais chorei.
A vitória mais injusta. SP-81, torneio seletivo. 1 x 0 Palmeiras, gol de Freitas. Mas era para ser 10 x 1 Corinthians, não fosse a atuação portentosa de Gilmar. O único que merecia vencer naquela noite no Pacaembu o Timão de Sócrates.
A derrota mais injusta: também a que teve a pior arbitragem contra o Palmeiras. Primeiro jogo da semifinal do SP-86. Um gol mal anulado de Vagner Bacharel. Expulsão injusta de Edu Manga. Pênalti absurdamente não marcado de braço na bola sobre a linha fatal de Edvaldo. Discutível impedimento no gol de Cristóvão. 1 x 0 Corinthians. Na volta, 3 x 0 Palmeiras. Com a torcida palmeirense gritando "justiça" entre o tempo normal e o extra.
O mais belo gol: Jorge Mendonça, o segundo gol do 2 x 1 que foi o jogo das faixas do SP-76. Na prática, o primeiro jogo da fila até 12 de junho de 1993. Drible da vaca no goleiro Sérgio e entrou com bola e tudo dentro da rede corintiana, no Morumbi. O que eu mais chorei no estádio pela beleza em um Derby. Eu tinha 9 anos.
O lance mais futebol do Derby: Edmundo chamando os corintianos depois de um drible e recebendo o carinho de 4 deles, antes de ser sacado de campo por Luxemburgo. Finalzinho de Palmeiras 1 x 1 Corinthians, decisão do BR-94.
O lance inesquecível do Derby: Ronaldo fazendo 1 x 0 na final do SP-74. Inspiração para a canção "zum, zum, zum, é o 21". A primeira das derrotas que o rival só conseguirá devolver se um dia o Palmeiras estiver 20 anos sem título e o Corinthians o deixar mais um ano de jejum. Como o Corinthians só devolve 1993 se encerrar 16 anos sem títulos sobre o maior rival.
A derrota mais inesperada: perda do título do Paulistão de 2018 no Allianz Parque, nos pênaltis, depois da polêmica do pênalti em Dudu desmarcado depois de 8 minutos.
A vitória mais inesperada: semifinal do SP-15, virada nos pênaltis em Itaquera, quando Fernando Prass defendeu o chute de Petros.
A comemoração mais raivosa: Marcos defendendo o pênalti de Marcelinho Carioca, nas semifinais da Libertadores-2000: tanto quanto o bicampeonato do torneio, essencial era não deixar o rival ganhar o título.
A torcida mais inusitada em um Derby: celebrar o gol de honra do Corinthians em agosto de 1986, quando o Palmeiras vencia por 5 a 0. Eu queria que o time devolvesse exatamente o 5 a 1 sofrido em 1982. Deu certo.
Seleção do Palmeiras (levando em conta apenas os Derbys desde que eu nasci, em 1966): Marcos; Arce, Luís Pereira, Antonio Carlos e Roberto Carlos; Dudu, Evair e Ademir da Guia; Edmundo, César e Rivaldo. Wanderley Luxemburgo.
Seleção do Corinthians (levando em conta apenas os Derbys desde que eu nasci, em 1966): Cássio, Zé Maria, Gamarra, Amaral e Wladimir; Ralf, Sócrates, Marcelinho Carioca e Rivellino; Romarinho e Danilo. Tite
Seleção do Derby: Marcos; Zé Maria, Luís Pereira, Amaral e Roberto Carlos; Dudu, Ademir da Guia, Marcelinho Carioca e Sócrates; César e Riva. Osvaldo Brandão (ele é hors-concours).
Maior craque palmeirense no Derby: Marcos
Maior craque corintiano no Derby: Sócrates
Um ídolo para definir o Derby: Ademir da Guia – melhor jogador da história do Palmeiras, quem mais atuou pelo clube, é filho do maior zagueiro da história do Corinthians – Domingos da Guia. Desde que chegou ao Palmeiras, em 1961, até pendurar as chuteiras, o Corinthians jamais foi campeão. 25 dias depois de se aposentar, o rival foi campeão paulista. Seu último jogo? Derrota para o Corinthians por 2 a 0. Ele ficaria 16 anos sem voltar ao Morumbi em um Derby. No primeiro que foi, 4 a 0 Palmeiras. Final da fila palmeirense.