Fernando Prass de azul com escudo preto e branco no Allianz Parque? O novo normal não me pega como ele sempre pegou tudo.
Só Dudu jogou mais e mais vezes em quase seis anos de arena. Foram 86 partidas fazendo milagres como contra o Rosario em 2016. Fazendo a gente chorar ao abraçar Jailson contra a Chapecoense como se fôssemos todos nós o abraçando como ele nos abraçou e também muitas bolas impossíveis e improváveis. Como a do pênalti que ele bateu na Copa do Brasil de 2015.
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Foi o seu jogo 87 na nossa casa que segue a dele. Mas com outras cores. Tudo muito estranho. Ele se aquecendo do outro lado, no Gol Norte… Sem torcida. Mas o seu mosaico de novo na nossa torcida. Ele usando o vestiário da esquerda… Ele defendendo nossos chutes. Marcos Costi o anunciando assim na escalação do Ceará: “a história nunca se apaga. As conquistas são eternas. Pela história, pela honra e pela dignidade. Em nome de toda a família palmeirense, pela primeira vez irei exaltar o nome de um adversário. Com carinho, gratidão e muito respeito. Eu anuncio para a família palmeirense que o número 1 da equipe do Ceará e o nosso eterno ídolo…
Feeeeeeeeernandoooooo Praaaaaaaaaaaaaaas”.
Foi tudo. E ainda foi pouco pelo que ele fez desde 2013. E pelo que voltou a fazer no Allianz. Fechou o gol. Só tomou dois que um dos gols veio da trave e bateu em Raphael Veiga (que está merecendo a titularidade depois da primeira sequência no clube de 6 jogos e 3 gols). O outro foi um bate-rebate que só o Bigode para dominar e fazer o gol da justa vitória. A primeira no BR-20 na casa que ainda não sabe o que é ser batida em 2020.
E ainda é pouco pelo clube, camisa, elenco, time, potencial e Luxemburgo.
O Ceará poupou metade do time: não tinha seu melhor jogador (Vina), o melhor taticamente (Fernando Sobral), o melhor zagueiro (Luiz Otávio), e os laterais titulares. Mas tinha Prass por todos. Até mesmo por nós que seguimos muito bem defendidos por Weverton. Tão ótimo o goleiro de Seleção que, se não fosse tão bom, teria levado o gol do impedido Cléber que ele mandou a escanteio. Na sequência o gol de empate cearense com Eduardo Beock. Numa cabeçada que vazou o sistema defensivo mais eficiente do país.
Se Weverton tivesse sido menos Weverton, Clebão teria feito o gol que acabaria sendo anulado pelo VAR pela posição irregular do centroavante… Coisas da regra do jogo. Desse futebol que ainda não agrada com Luxemburgo.
Não espero uma Academia 3.0. Nem o grande início do BR-19 ainda mais sem Dudu. Nem a consistência dos times alternativos do deca. Ou a fome do enea de 2016.
Mas algo mais se pode esperar. Os meninos rendem. Wesley segue sendo dos melhores do ano. Não foge, vai pra cima, até abusa da fome. Mas tem apetite. Não joga pro lado. Joga. Quer jogar. Como sempre Willian. Como cada vez mais Viña. Nem sempre os armadores. Quaisquer deles.
E não consegue jogar Rony. Mesmo com o primeiro gol, segue afobado. Dele não se exige a classe e a maturidade de Patrick de Paula e a multiplicidade de Gabriel Menino (ausência sentida em um time que também estava desfalcado de Luiz Adriano, Veron, Zé Rafael e Lucas Lima).
Mas que ainda pode mais mesmo sem a proximidade entre atletas, a falta de jogadas ofensivas mais trabalhadas, a sobra de bolas longas, as chances quase só de tiros de Patrick e de arrancadas de Wesley, o excesso de jogos em que o Palmeiras abre o placar e o cede, e o apuro final até o apito final com 500 zagueiros, 800 volantes (e poucos jogando o que podem), e um exagero de receio como esse exagero de números que passam recibo. Meu e deles.
O Palmeiras melhora. Mas ainda não está bom. Nem para o que pode esse time. Nem pelo que já pôde Luxemburgo.
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