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A Final da Libertadores e o plano de Abel Ferreira

A filosofia de jogo do treinador por trás da 'missão cumprida' na partida de ida da semifinal da Libertadores

Abel Ferreira na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)
Abel Ferreira na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras)

O Palmeiras volta a enfrentar o Atlético-MG nesta terça-feira pela volta da semifinal da Libertadores depois de ter empatado em 0 a 0, no Allianz Parque. Segundo Abel Ferreira, o time cumpriu o plano na ida ao manter a igualdade sem sofrer gols, prioridade número um do treinador no confronto.

Embora criticado pela postura conservadora em campo, o comandante do Verdão não pareceu se incomodar com as reclamações de parte da torcida e imprensa esportiva. Para entender melhor a proposta de Abel para o duelo contra o time mineiro, vale recuperar uma entrevista de antes da chegada ao Palmeiras.

Em maio 2019 quando ainda treinava o Braga, primeiro clube no futebol profissional, o técnico português concedeu entrevista ao Coache’s Voice. À época, ainda não havia vencido nenhum título e tampouco trabalhado fora de sua terra natal.

Mesmo com menos experiências no esporte, Abel Ferreira já consolidava traços fortes de sua filosofia de jogo. Em sua visão, a estratégia era o pilar para derrotar uma equipe considerada mais forte.

– E sempre acreditei que poderíamos ganhar. Como? Jogando como eles e atacando da mesma maneira? Não. Como um cara pequeno, como o Napoleão, conseguiu grandes vitórias? Com estratégia. Com artimanhas – explica.

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O Atlético-MG, reforçado desde a temporada passada, preencheu o plantel com jogadores de alto nível. Ao contrário do adversário, o Verdão optou por minimizar gastos e evitar grandes contratações. Com isso, a diferença de nível técnico entre as equipes acentuou-se.

– Se o teu adversário está no mesmo nível que você, então tudo bem, pode atacá-lo. Mas se for enfrentar uma montanha, necessita fazer de uma maneira diferente. Em outros jogos, você quer ser protagonista: dominar a posse de bola. Mas, às vezes, tem que aceitar que o rival é mais forte que você. E, nesses casos, é preciso estar equilibrado – afirma Abel.

Esse trecho explica, de forma indireta, a intenção do comandante alviverde ao não enfrentar o time mineiro de peito aberto na partida de ida. Fica ainda mais óbvio quando, na entrevista coletiva pós-jogo, ele cita “fomos inteligentes, jogamos com as armas que tínhamos”.

Ao compreender as limitações de seu grupo defronte ao adversário, o treinador traça um plano com base nos pontos a serem explorados. Não à toa, antes do jogo em casa, Abel revelou que o time iria atacar por onde o Atlético-MG é mais forte.

Apesar de não ter conseguido executar a parte ofensiva com qualidade, ele parece ter em mente exatamente o que pretende fazer para superar o rival. Entre teimosia e convicção, sobra assertividade nas decisões seja para errar ou acertar.

– Te digo uma coisa: não tem fórmula perfeita. Não há um plano de jogo perfeito. Somente há o plano que você acredita. O importante é poder explicar o que você quer aos jogadores. Antes de um jogo, dou a eles três ideias-chave. Isto é tudo. No fim das contas, é o papel do bom treinador – conclui o português ao Coache’s Voice.

Para se classificar nesta terça, o Palmeiras pode empatar com gols, vencer por qualquer placar, ou ainda, repetir o 0 a 0 e tentar avançar depois do tempo regulamentar. Independentemente do resultado, uma coisa é certa: Abel tem um plano.

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